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Tunísia: Assassinado líder da oposição de esquerda

Foi assassinado nesta quarta-feira o líder do Movimento dos Patriotas Democratas e da coligação Frente Popular, Chokri Belaïd. O líder da oposição de esquerda foi morto a tiro, quando saía de casa. Vários partidos de oposição anunciaram a suspensão dos trabalhos da Assembleia Constituinte e apelaram a uma greve geral para esta quinta-feira. O irmão de Chokri Belaïd acusou o partido islamista governamental Ennahda pela responsabilidade do assassinato.
Chokri Belaïd, líder do Movimento dos Patriotas Democratas e da coligação Frente Popular - Foto de Amine Ghrabi/Flickr

Chokri Belaïd foi assassinado, nesta quarta feira, quando saia de casa. Foi atingido por várias balas, disparadas à queima-roupa por um homem que usava um manto tradicional em lã com capuz.

O assassinato do líder da oposição de esquerda não foi reivindicado, mas a família de Chokri Belaïd acusa abertamente o partido governamental Ennahda pela responsabilidade do assassinato. Os partidos da oposição ao Ennahda afirmam que foi assassinado um democrata, denunciam que se trata do “primeiro assassinato político” na Tunísia desde a queda da ditadura de Ben Ali e deixam claro que responsabilizam o Ennahda e as suas milícias (Ligas de proteção da revolução – LPR) pelo assassinato.

Chokri Belaïd era uma figura muito conhecida e prestigiada junto do povo tunisino. Tinha 47 anos, era advogado, secretário-geral do movimento dos Patriotas Democratas, que está aliado a outras formações de esquerda na Frente Popular.

Chokri Belaïd não poupava críticas ao partido governamental Ennahda. Nesta terça-feira, tinha denunciado na televisão “a estratégia de explosão de violência em cada crise no movimento Ennahda”. Há alguns dias, Chokri Belaïd tinha acusado as milícias do Ennahda de serem responsáveis por várias agressões contra ações dos partidos da oposição.

As manifestações de pesar e indignação pelo assassinato de Chokri Belaïd multiplicam-se na Tunísia. Na capital, Tunes milahres de pessoas concentraram-se junto ao ministério do Interior.

Em Sidi Bouzid, Gafsa e Kef manifestantes revoltados atacaram as sedes do Ennahda. Em Paris, oposicionistas ao partido governamental ocuparam simbolicamente a embaixada da Tunísia e exigem a dissolução das milícias islamistas – LPR.

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