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Trump vai mesmo ser obrigado a revelar os seus impostos
Na passada sexta-feira, o Departamento de Justiça dos EUA tomou duas decisões desfavoráveis ao ex-presidente. Uma delas foi a ordem dada ao IRS, o Internal Revenue Service, a autoridade tributária do país, para que entregue as declarações de impostos de Donald Trump ao Congresso. A outra foi a divulgação de um memorando que mostra como pressionou dirigentes do Departamento de Justiça para que alegassem que a passada eleição presidencial tinha sido “corrompida”.
Durante todo o seu mandato, Trump evitou divulgar as suas declarações de impostos, tornando-se o primeiro presidente em 40 anos a omitir os seus rendimentos. O braço de ferro foi assumido pelos democratas que pediram, através do Ways and Means Committee da Câmara dos Representantes, o organismo político responsável pelas áreas dos impostos e Segurança Social, acesso aos documentos de forma a poder investigar em que medida o ex-presidente beneficiou das leis sobre impostos que implementou. Este motivo foi a causa do Departamento de Justiça ter decidido que há “razões suficientes” para divulgar a informação, revertendo uma decisão anterior tomada em 2019, quando Trump ainda estava em funções. Na altura, justificava-se que se tratava de uma tentativa “dissimulada” de expor os rendimentos do presidente aos cidadãos em geral. O caso gerou então uma batalha legal que chega agora ao fim com esta decisão.
O mesmo Departamento de Justiça deu acesso ao Congresso às notas escritas à mão escritas em dezembro por Richard Donoghue, então Procurador Geral Adjunto. Num passo inédito, estas foram entregues ao Oversight and Reform Committee, o principal comité de investigação da Câmara dos Representantes, que as divulgou publicamente.
Já se sabia que o ex-presidente tinha pressionado por e-mail o Departamento de Justiça a investigar as falsas acusações de fraude. Passou-se agora a saber que, em telefonema a 27 de dezembro, Trump também pressionou diretamente Jeffrey Rosen, dias antes de tomar posse como Procurador Geral para “dizer que a eleição era corrupta” e “deixar o resto a mim e aos congressistas republicanos”. De acordo com as notas, Rosen terá dito que o departamento não podia nem iria “mudar o resultado das eleições” e que a informação que o presidente recebera sobre fraude era falsa e tinha sido investigada devidamente.
Esta tentativa do multimilionário para inverter o resultado das eleições aconteceu semanas depois do anterior Procurador Geral, Willliam Barr, que Trump indicara para o cargo, ter declarado que o Departamento de Justiça não encontrara provas de fraude. Barr acabou por se demitir.
No telefonema Trump ameaçou substituir também Rosen, acusando o Departamento de Justiça de “inação” e incapacidade de resposta.
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