Esta escolha foi da responsabilidade da jornalista e escritora egípcia Mansoura Ez Elfin, que selecionou um conjunto de obras literárias traduzidas em árabe e publicadas em 2016.
“Jerusalém” - que foi editado em Portugal em 2006 - , foi publicada em árabe, no ano passado, pela editora Dar Masr al-Arabia, e faz parte da tetralogia “O Reino”, que inclui “Um Homem: Klaus Klump”, “A Máquina de Joseph Walser” e “Aprender a Rezar na Era da Técnica”, que ganhou o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro em França, em 2010.
Ez Elfin escolheu, entre outras, as obras “The Emigrants”, de W.G. Sebald, “Picnicking with a Suicide Belt”, de Kathem Khanjar, e “Ferdydurke”, de Witold Gombrowicz.
“Uma obra excecional”
Na justificação da sua escolha, a jornalista e escritora egípcia referiu que “Jerusalém” é “uma obra excecional” cujo universo se centra na “banalidade do mal e a facilidade da violência”.
A ação do romance desenrola-se numa pequena cidade, tendo como pano de fundo os horrores que o holocausto nazi trouxe à sociedade.
Theodor Busbeck, um médico, procura, através de acontecimentos idênticos, traçar um prognóstico que lhe permita determinar qual grupo de cidadãos que irá sofrer e qual será o mentor desse sofrimento.
No fundo, trata-se de uma teoria procura determinar os sintomas da sociedade.
O escritor português recebeu, entre outros, o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004, precisamente com “Jerusalém”, e também o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco.