Trabalhos com vínculo precário aumentaram nos últimos 4 anos

01 de julho 2018 - 10:50

Embora o desemprego esteja a diminuir desde 2013, é possível também observar um aumento dos vínculos laborais precários, sobretudo nas áreas da indústria e comércio.

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Trabalhos com vínculo precário aumentaram nos últimos 4 anos
Foto de Paulete Matos.

Os dados compilados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para um aumento da precariedade, numa tendência inversa ao decréscimo observado no desemprego. Só no ano de 2017, os contratos a prazo e a recibos verdes correspondiam a 21,9% dos empregos por conta de outrem. 

Em análise a pedido do jornal Expresso, o INE compilou os dados setoriais sobre a evolução dos empregos criados por tipo de contrato entre 2013 e 2017. Nela, conclui-se que, embora nos últimos quatro anos a taxa de desemprego tenha caído para metade, uma elevada parte dos empregos gerados são precários. De acordo com os dados do INE, os empregos precários “foram 128,4 mil ao todo que correspondem a cerca de um quarto de todo o emprego líquido criado neste período”. 

Do total de trabalhadores empregados em 2017, 3948,7 mil trabalhavam por conta de outrem, mais 491,2 mil do que em 2013. “Mas destes 868,4 mil tinham contratos precários: 728,7 mil trabalhavam com contratos a termo e 139,7 mil tinham outro tipo de vínculos”, lê-se no Expresso.

Dos 19 setores analisados, apenas três não aumentaram o número de trabalhadores precários. No lado oposto da tabela, responsáveis pelo maior número de trabalhadores com vinco laboral precário, estão as indústrias transformadoras (que aumentaram em 35,1 mil o número de trabalhadores nestas circunstâncias), comércio (27,4 mil) e alojamento, restauração e similares (19,3 mil). Estas três áreas correspondem a 63% do total de empregos criados nos últimos quatro anos, num total de 81,8 mil postos de trabalho.

Já entre as áreas que mais diminuíram os vínculos precários estão a educação, administração pública e indústrias extrativas, com reduções do número de vínculos nestas condições de 7,8%, 2,6% e 6,7%, respetivamente.