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Trabalhadores querem nacionalização de fábrica de painéis solares

Em carta ao primeiro-Ministro, os ex-trabalhadores da empresa Moura Fábrica Solar defendem a nacionalização da fábrica. A Campanha Empregos para o Clima e o Sindicato dos Trabalhadores da Energia e Águas Portugal juntam-se a esta exigência.
Foto de Marufish/Flickr

A Moura Fábrica Solar (MFS), uma fábrica de painéis solares que empregava 105 pessoas, fechou este mês. Os seus trabalhadores decidiram não ficar de braços cruzados e querem lutar para que esta ainda tenha um futuro.

Por um lado, alegam a sua importância regional. A MFS foi classificada como “Empresa de Interesse Público para a Economia da Região”. Num concelho do interior com uma das maiores taxas de desemprego do país, a empresa formou “trabalhadores altamente especializados numa área de tecnologia de ponta”. Manter a empresa seria combater “a tendência para o despovoamento e a desertificação do interior”. Já que o seu encerramento foi “um rude golpe para a economia local”.

Por outro lado, defendem a importância do seu trabalho para a “descarbonização do sistema eléctrico e energético” e, desta forma, “para o esforço nacional e internacional de combate às alterações climáticas”. Recordam as metas ambientais a que o governo se propôs até 2100 de “80% de electricidade renovável” e o investimento inscrito no Plano Nacional de Investimentos 2030: um mínimo de 4930 milhões de euros, “tendo o governo anunciado o lançamento de leilões de potência solar, de mais de 2000 MW até ao início de 2020”.

Nesta unidade fabril “transformaram-se e montaram-se centenas de milhares de painéis solares que alimentaram o parque nacional de energia solar”, realçam.

Por isso, concluem os ex-trabalhadores, a MFS “deve sofrer uma intervenção pública, nacionalizando-se a empresa para continuar a produzir painéis solares tão necessários para este esforço, podendo abastecer edifícios públicos, escolas e outros, apoiando a transição energética e o combate às alterações climáticas. A massa crítica de técnicos especializados que existe hoje em Moura não pode ser desperdiçada, empurrada para fora da região e do país, por falta de emprego numa área absolutamente crucial.”

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