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Trabalhadores da Plural avançam para nova greve

Administração da produtora da TVI abandonou unilateralmente a mesa negocial. Trabalhadores respondem com greve entre 18 e 31 de dezembro.

“Depois de a Administração do Grupo Plural Entertainment ter decido pôr fim às negociações, os trabalhadores decidiram por unanimidade avançar para novo período de paralisação”, lê-se num comunicado divulgado esta terça-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE). O dirigente do CENA-STE, André Albuquerque explicou, em declarações à agência Lusa, que “a administração rejeitou liminarmente a proposta” do sindicato e “retirou-se das negociações”.

A nova greve começa no dia 18, e estender-se-á até ao último dia do ano, 31 de dezembro.

Os trabalhadores do Grupo Plural Entertainment (GPE), que faz parte do Grupo Media Capital, terminam esta terça-feira uma greve parcial que se iniciou no dia 3 deste mês.

A Lusa tentou contactar a administração da empresa, mas, até ao momento, tal não foi possível.

No final do primeiro dia de greve, quando questionada sobre se esta paralisação poderia afetar as produções em curso, a diretora de comunicação do Grupo Media Capital, Helena Forjaz, respondeu que “afetará, mas de forma controlada e pensada”. “Estamos preparados para isso”, referiu.

A Plural é responsável pelas telenovelas da TVI, estando neste momento duas em curso: “Valor da Vida” e “A Teia”.

Uma das reivindicações dos trabalhadores “é a redução do Período Normal de Trabalho (PNT), que atualmente atinge as 11 horas de trabalho, durante a maioria dos dias da semana, do mês e do ano”.

“Estes horários de trabalho são justificados pela empresa com o pagamento de um subsídio de Isenção de Horário de Trabalho [IHT], na modalidade que vulgarmente se identifica como IHT total. Ou seja, entende a empresa que a única coisa a respeitar são as 11 horas de descanso entre dois dias de trabalho - o que ainda assim nem sempre é cumprido, porque por vezes se passam as 11 horas de trabalho diário no período das gravações, e, para além disso, existem as deslocações e o trabalho de muitos trabalhadores que não termina com o fim do dia de gravações”, lê-se num comunicado divulgado pelo CENA-STE aquando da marcação da primeira greve.

Por isso, “esta greve assume a forma de greve às horas que excedam as oito horas de trabalho em cada um dos turnos e equipas”, isto “porque a estes trabalhadores não pode ser aplicado este tipo de IHT, porque as suas funções não requerem disponibilidade total para a empresa, e porque o seu PNT devem ser as 8 horas diárias”.

De acordo com André Albuquerque, do CENA-STE, o Grupo Plural Entertainment integra “cerca de 130 trabalhadores nos quadros, aos quais acrescem os que são contratados por projeto e os que trabalham a recibos verdes”. “Há dias em que chegam a ser 400 trabalhadores”, afirmou.

Esta greve abrange todos os trabalhadores, entre técnicos, atores, pessoal da pré e da pós-produção, cabeleireiros e maquilhadores.

Durante os dias de greve, os trabalhadores reuniram-se em frente aos estúdios do GPE em Bucelas, Loures. Em dois dias diferentes receberam a visita do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, da Coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e da deputada Mariana Mortágua que se solidarizaram com os trabalhadores.

Recentemente, a atriz Ana Sofia Martins, que tem trabalhado em várias produções da Plural, e faz parte do elenco da novela “O Valor da Vida”, criticou as condições de trabalho da empresa, no seguimento da distinção internacional da novela da TVI “Ouro Verde”, com um Emmy Internacional de Melhor Novela.

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