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Trabalhadores da Lusa rejeitam corte de subsídio de transporte

A CT da Lusa repudia o corte de 30 euros no subsídio de transporte e afirma a disponibilidade para as formas de luta decididas pelos trabalhadores. Governo diz que só negoceia depois de ver aprovado o Orçamento do Estado.
Edifício da Agência Lusa - Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)
Edifício da Agência Lusa - Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)

Em comunicado divulgado esta terça-feira, 27 de outubro de 2020, a Comissão de Trabalhadores (CT) da agência Lusa anunciou que “repudia o corte de 30 euros no rendimento dos trabalhadores imposto pela Lusa já a partir deste mês, tal como já tinha assumido em julho”. A CT afirmou ainda estar “disponível para todas as formas de luta decididas pelos trabalhadores”.

A CT sublinha que o subsídio de transporte é pago a todos os trabalhadores da Lusa, “independentemente de apresentarem ou não comprovativo da compra de passe social, pelo que se trata efetivamente de um suplemento remuneratório e o seu corte (justificado com o indexante) levanta dúvidas legais”.

O órgão representativo dos trabalhadores destaca que o subsídio tem funcionado como forma de compensar a falta de aumentos salariais ao longo de vários anos.

“A solução para esta situação é fácil e está acordada entre a administração e os sindicatos desde janeiro deste ano: a inscrição dos 69,65 euros no Acordo de Empresa” (em vez da referência ao valor mais alto do passe da Área Metropolitana de Lisboa), defendem os representantes dos trabalhadores, apesar de esse acordo não ter sido ratificado pelo Conselho de Administração da Lusa.

A CT salienta que “é inaceitável que a Lusa corte o rendimento dos seus funcionários num momento de aguda crise social e económica e em que todos têm dado a sua máxima dedicação à agência num momento de extraordinária dificuldade” e consideram “inaceitável que um Governo que diz rejeitar a austeridade como receita para a crise e apresenta uma proposta orçamental dizendo que visa ajudar as famílias aproveite a primeira hipótese para impor cortes no rendimento de trabalhadores de uma empresa maioritariamente detida pelo Estado”.

Posteriormente ao comunicado da CT da Lusa, o presidente do conselho de administração enviou aos trabalhadores uma nota, onde é dito que o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, “reafirmou a vontade política de resolver a questão do subsídio de transporte”.

Nuno Artur Silva terá telefonado a Nicolau Santos e “pediu para que fosse transmitida aos trabalhadores a mensagem de que, após a aprovação do Orçamento do Estado para 2021, os dois secretários de Estado que tutelam a empresa (Tesouro e Cinema, Audiovisual e Media) se reunirão com o PCA para encontrar uma solução para o problema que seja aceitável para todas as partes”.

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