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Trabalhadores da CGD em França manifestaram-se junto a Embaixada em Paris

Os trabalhadores, em greve há 39 dias, opõem-se à privatização da sucursal de França da Caixa Geral de Depósitos e reivindicam "a salvaguarda do emprego e do serviço público". Estão já agendados novos protestos para a próxima semana.
Os trabalhadores da CGD agendaram já dois novos protestos: uma manifestação a 30 de maio, junto ao Consulado-Geral de Portugal em Paris, e outra a 2 de junho, junto à Embaixada.

Esta sexta-feira, 25 de maio, cerca de uma centena de trabalhadores da sucursal francesa da Caixa Geral de Depósitos (CGD) manifestaram-se junto à Embaixada de Portugal em Paris.

Cristina Semblano, porta-voz da intersindical FO-CFTC, que apoia a greve que teve início a 17 de abril, anunciou que já estão agendados dois novos protestos: uma manifestação a 30 de maio, junto ao Consulado-Geral de Portugal em Paris, e outra a 2 de junho, junto à Embaixada.

“Enquanto não houver avanços sérios nas negociações, não podemos parar a greve e os trabalhadores estão firmes e determinados em continuar a sua ação. O que nos interrogamos também é como é que esta direção geral e a administração em Lisboa é capaz de fazer durar tanto um conflito. Este conflito é inédito na 'praça' em Paris. Não há bancos que façam greve durante 39 dias", afirmou a porta-voz da intersindical FO-CFTC em declarações à agência Lusa.

Cristina Semblano, que foi eleita pelos trabalhadores em greve para a comissão de negociação, explicou que a manifestação e a greve pretendem contestar “o projeto de privatização de uma empresa pública, a sucursal de França da CGD, que faz parte integrante do plano de reestruturação da CGD que foi acordado entre o governo português e Bruxelas em contrapartida da recapitalização do banco público".

Os trabalhadores reivindicam, segundo a dirigente sindical, "a salvaguarda do emprego e do serviço público" e denunciam a degradação das condições de trabalho, a "gestão danosa da sucursal" e a "pouca transparência que envolve o processo".

Durante o protesto, os grevistas ostentaram cartazes onde se lia "A Caixa unida jamais será vendida", "Bruxelas impõe! A Caixa dispõe! Não à alienação" e "Culpados de promover a precariedade na CGD França".

A paralisação dos trabalhadores da sucursal de França da CGD já se prolonga há 39 dias, sendo que, de acordo com Manuela dos Santos, membro da comissão de negociação dos trabalhadores em greve, “a greve é votada quase todos os dias”.

“São os trabalhadores em greve que decidem. A última recondução que houve foi feita ontem até terça-feira. Sabendo que hoje as pessoas não vão receber o salário porque estão em greve há quase 40 dias, supomos que a direção está à espera do golpe psicológico sobre as pessoas para não adiantar as regras de diálogo social", afirmou.

Esta quinta-feira, a intersindical FO-CFTC acusou, em comunicado, a CGD em França de ter ameaçado os trabalhadores de recurso aos tribunais "por abuso do direito de greve".

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