“Todos a bordo!” lança petição pela mobilidade, ambiente e emprego

15 de setembro 2024 - 10:08

Vários movimentos sociais apresentam um conjunto de medidas imediatas para conjugar uma transição “para um modelo de mobilidade limpo”, “investimento robusto em infraestruturas” e a criação de “milhares de empregos qualificados” para que “ninguém seja deixado para trás na transição para uma economia livre de combustíveis fósseis”.

PARTILHAR
 Comboio no Douro. Foto de André Marques 432/Flickr.
Comboio no Douro. Foto de André Marques 432/Flickr.

Vários movimentos sociais, unidos na campanha “Todos a Bordo!” lançaram este domingo uma petição pelo direito à mobilidade, pelo planeta e pelo emprego.

Na véspera da Semana Europeia da Mobilidade, esta exige ao Governo e à Assembleia da República “medidas imediatas, ambiciosas, mas fundamentadas e suportadas por mecanismos de financiamento sólidos, de modo a garantir o direito à mobilidade sustentável, promover a justiça climática e assegurar empregos dignos”.

A primeira dessas medidas é a criação de um “verdadeiro Passe Nacional Multimodal sustentável assente em investimento público na ferrovia”. Estas organizações da sociedade civil defendem que este deve incluir a ferrovia “em articulação com as redes locais e regionais de transportes públicos (ferrovia, metropolitanos, rodoviários, bicicletas partilhadas públicas e afins)” e que o valor “deve acrescer apenas 5€ aos atuais passes metropolitanos”. A acompanhá-lo deve estar “investimento em material circulante, infraestruturas e na contratação de trabalhadores com carreiras e condições laborais dignas e atrativas”.

Um segundo conjunto de medidas aposta numa melhor oferta disponibilizando carreiras com horários frequentes, regulares e fiáveis e redes de vias dedicadas para transporte público rodoviário em zonas congestionadas. Pretende-se com isto “garantir a acessibilidade à rede de transportes públicos regulares (ferroviário, rodoviário) e a pedido para toda a população no conjunto do território, assegurando tempos de viagem para os principais pontos de residência, trabalho, serviços e lazer comparáveis com os do transporte individual”.

Um terceiro eixo vai no sentido da “mobilidade elétrica ao serviço de uma transição justa” e passa por “investir num plano de eletrificação de transportes a partir de fontes limpas”. O objetivo será “eletrificar todas as linhas ferroviárias, o transporte terrestre de mercadorias e substituir as frotas rodoviárias por outras não poluentes”. Os movimentos subscritores do apelo inicial sublinham que para os empregos criados por este plano se deve “garantir a contratação de trabalhadores provenientes das indústrias fósseis que é necessário encerrar faseadamente, sem perda de salário e direitos laborais, envolvendo as organizações representativas dos trabalhadores nesta transição”.

Um último ponto aponta como caminho “priorizar a segurança e conforto de quem se desloca a pé e/ou de bicicleta em torno de interfaces de transportes públicos”. Para isso, é preciso transformar os espaços públicos de acesso às grandes interfaces de Transporte Público e disponibilizar estacionamento para bicicletas e pontos de bicicletas partilhadas nestas.

A campanha “Todos a Bordo!” ser possível conjugar uma transição “para um modelo de mobilidade limpo”, um “investimento robusto em infraestruturas” e a criação de “milhares de empregos qualificados” para que “ninguém seja deixado para trás na transição para uma economia livre de combustíveis fósseis”.

Esta petição é assinada originalmente pela Campanha Empregos para o Clima, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a MUBI – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, o Movimento Vida Justa, o Movimento Cívico pela Estação Nova (Coimbra), o Movimento SOS Terras do Cávado, o STFPSN – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, a Climáximo e a Frente Grisalha pelo Clima.