Vários movimentos sociais, unidos na campanha “Todos a Bordo!” lançaram este domingo uma petição pelo direito à mobilidade, pelo planeta e pelo emprego.
Na véspera da Semana Europeia da Mobilidade, esta exige ao Governo e à Assembleia da República “medidas imediatas, ambiciosas, mas fundamentadas e suportadas por mecanismos de financiamento sólidos, de modo a garantir o direito à mobilidade sustentável, promover a justiça climática e assegurar empregos dignos”.
A primeira dessas medidas é a criação de um “verdadeiro Passe Nacional Multimodal sustentável assente em investimento público na ferrovia”. Estas organizações da sociedade civil defendem que este deve incluir a ferrovia “em articulação com as redes locais e regionais de transportes públicos (ferrovia, metropolitanos, rodoviários, bicicletas partilhadas públicas e afins)” e que o valor “deve acrescer apenas 5€ aos atuais passes metropolitanos”. A acompanhá-lo deve estar “investimento em material circulante, infraestruturas e na contratação de trabalhadores com carreiras e condições laborais dignas e atrativas”.
Um segundo conjunto de medidas aposta numa melhor oferta disponibilizando carreiras com horários frequentes, regulares e fiáveis e redes de vias dedicadas para transporte público rodoviário em zonas congestionadas. Pretende-se com isto “garantir a acessibilidade à rede de transportes públicos regulares (ferroviário, rodoviário) e a pedido para toda a população no conjunto do território, assegurando tempos de viagem para os principais pontos de residência, trabalho, serviços e lazer comparáveis com os do transporte individual”.
Um terceiro eixo vai no sentido da “mobilidade elétrica ao serviço de uma transição justa” e passa por “investir num plano de eletrificação de transportes a partir de fontes limpas”. O objetivo será “eletrificar todas as linhas ferroviárias, o transporte terrestre de mercadorias e substituir as frotas rodoviárias por outras não poluentes”. Os movimentos subscritores do apelo inicial sublinham que para os empregos criados por este plano se deve “garantir a contratação de trabalhadores provenientes das indústrias fósseis que é necessário encerrar faseadamente, sem perda de salário e direitos laborais, envolvendo as organizações representativas dos trabalhadores nesta transição”.
Um último ponto aponta como caminho “priorizar a segurança e conforto de quem se desloca a pé e/ou de bicicleta em torno de interfaces de transportes públicos”. Para isso, é preciso transformar os espaços públicos de acesso às grandes interfaces de Transporte Público e disponibilizar estacionamento para bicicletas e pontos de bicicletas partilhadas nestas.
A campanha “Todos a Bordo!” ser possível conjugar uma transição “para um modelo de mobilidade limpo”, um “investimento robusto em infraestruturas” e a criação de “milhares de empregos qualificados” para que “ninguém seja deixado para trás na transição para uma economia livre de combustíveis fósseis”.
Esta petição é assinada originalmente pela Campanha Empregos para o Clima, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a MUBI – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, o Movimento Vida Justa, o Movimento Cívico pela Estação Nova (Coimbra), o Movimento SOS Terras do Cávado, o STFPSN – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, a Climáximo e a Frente Grisalha pelo Clima.