Tempo de espera para cirurgia das crianças com cancro está a aumentar

14 de janeiro 2025 - 10:17

Associação Acreditar denuncia que a demora tem obrigado as crianças a fazer mais quimioterapia, com impacto negativo na qualidade da sobrevivência. Ministra diz que não sabe qual a solução para diminuir tempo de espera.

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Ana Paula Martins
Ana Paula Martins no Parlamento. Foto PSD/Flickr

A associação Acreditar, de pais e amigos de crianças com cancro, reuniu esta terça-feira com a ministra Ana Paula Martins e levou para o encontro a preocupação com o aumento dos tempos de espera para cirurgias.

Margarida Cruz, diretora-geral da associação Acreditar, disse à RTP que os tempos de espera têm aumentado e isso tem impacto na qualidade da sobrevivência destas crianças. “Existem tratamentos ou intervenções que são adiadas ou que são tomadas muito tarde, isso leva a que as crianças durante um período alargado de tempo tenham de fazer mais quimioterapia do que aquela que precisariam que fazer e que isso tem implicações na qualidade da sobrevivência”, dado que “no campo pediátrico, a maior parte das sequelas tem a ver com o tratamento e não com a doença”.

Em Portugal existem cerca de 400 casos de cancro pediátrico e há crianças que podem vir a esperar um ano pela cirurgia de que necessitam. “Há pouco tempo tive conhecimento de uma situação relativamente a uma criança pequena em que se pôs a hipótese aos pais de a intervenção só ser feita daqui a um ano. Quando estamos a falar de um ano na vida de uma criança, é um impacto bastante grande”, afirmou Margarida Cruz.

Quanto às causas desta demora excessiva para a realização de cirurgias, “aquilo que me têm dito é que se deve sobretudo a falta de profissionais”, prosseguiu.

Questionada pela RTP sobre a situação, a ministra Ana Paula Martins disse estar “preocupada”. Quanto a uma eventual investigação, respondeu que “é mais do que investigar, é conhecer em detalhe a situação e encontrar uma solução”. E que solução seria essa, perguntou a jornalista. “Não sei”, respondeu a ministra, acrescentando que “temos de falar com as pessoas, com as instituições e temos de agir”.

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