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Surto de legionella já fez cinco mortos

A origem do surto não está ainda identificada. Diretora-Geral da Saúde avisa que o número real de infetados é superior ao anteriormente indicado pela ARS Norte, mas desdramatiza a situação.
Surto de legionella já fez cinco mortos
Fotografia de Paulete Matos.

Subiu para cinco o número de mortes relacionadas com o surto de legionella na região norte do país. Os infetados foram identificados no Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim/Vila do Conde (CHPVVC) e na Unidade de Saúde Local de Matosinhos (Hospital Pedro Hispano). 

No Hospital Pedro Hispano já foram identificados 32 casos de infeção com a doença do legionário, com 17 internados, dois destes nos cuidados intensivos. Os três óbitos registados neste hospital foram com pessoas com mais de 85 anos. 

No CHPVVC somam-se 19 diagnosticados, dois óbitos, quatro altas e duas transferências para o Hospital Pedro Hispano, que tem um protocolo com aquela unidade hospitalar para receber casos que se agravem, já que o CHPVVC não tem unidade de cuidados intensivos, explica o jornal Público

A origem deste surto é por enquanto desconhecida. Porém, fonte do CHPVVC coloca de parte a possibilidade de o surto ter tido origem naquele hospital. Segundo essa fonte, os diagnósticos que ali foram feitos são relativos a pessoas que entraram nas urgências já apresentando sintomas, pelo que a possibilidade colocada é de um surto de origem comunitária. 

Graça Freitas comentou o caso na conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19. Segundo a Diretora-Geral da Saúde, embora os dados disponibilizados pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) até ao dia anterior indicassem a existência de 28 casos confirmados, o número real seria muito superior. 

A Diretora-Geral da Saúde afirmou que desde 29 de outubro foram identificados 64 casos de doença do legionário na região Norte, 46 dos quais ligados “ao mesmo foco”. 

“Têm uma localização na região litoral da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, o que indicará uma fonte comum”, disse a responsável da Direcção-Geral de Saúde. A idade avançada da maioria dos infetados não é surpreendente, uma vez que estas são as mais vulneráveis a esta doença. 

“Não é uma doença que se contagie, passa por fontes ambientais. As autoridades de saúde estão a investigar”, disse, garantindo que assim que essa fonte for identificada ela será “intervencionada”, e pedindo “tranquilidade às pessoas da região”.

A doença do legionário é contraída através da inalação de gotículas de vapor de água contaminadas (aerossóis), de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares. Os sintomas são similares aos de uma pneumonia grave, incluindo febre alta, falta de ar ou dores musculares - e podem também ser confundidos com os da covid-19. Em tempo de pandemia, a principal preocupação relativa a um surto deste tipo está relacionada com a sobrecarga dos serviços de saúde, uma vez que os infetados mais graves também poderão necessitar de ventiladores.

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