Está aqui

SOS Racismo repudia agressões homofóbicas em Coimbra

Em comunicado, a associação anti-racista solidariza-se com as vítimas de agressões homofóbicas e repudia também o tratamento jornalístico por parte de alguns órgãos de comunicação, que focaram a questão no grupo étnico dos agressores.
Foto Paulete Matos.

As agressões a um jovem casal homossexual junto a um centro comercial em Coimbra “é injustificável e estaremos, como estamos sempre, ao lado das vítimas de actos grotescos como estes”, diz o comunicado divulgado esta terça-feira pela associação SOS Racismo nas redes sociais, em que  “repudia veementemente as agressões homofóbicas”.

“Toda a nossa solidariedade para com as vítimas, nenhuma complacência para com os agressores”, acrescenta o comunicado, que também aponta o dedo a algum do tratamento jornalístico dado a esta agressão, “que, uma vez mais, focaram a descrição do grupo étnico dos agressores”, neste caso uma família de etnia cigana.

“Esta referência não tem qualquer interesse jornalístico, e o seu único efeito è potenciar comportamentos racistas e fomentar estereótipos. Infelizmente, a violência homofóbica é transversal, não é característica de nenhum grupo sócio-cultural em específico, nem se alimenta da cor da pele dos agressores”, refere a SOS Racismo, apontando o contraste deste tratamento jornalístico com outros casos de violência.  

Exemplos recentes deste “caráter seletivo de alguns órgãos de comunicação social” são as agressões aos jogadores do Sporting em Alcochete, o espancamento da jovem Nicol na madrugada de São João no Porto ou o processo dos Hells Angels, “passando pelos repetidos casos de violência em estádios de futebol ou de violência doméstica, muitos dos quais têm terminado em mortes”. Todas estas notícias “não fazem qualquer referência a grupos étnicos ou à cor da pele dos agressores”, lembra a SOS Racismo.

 

Termos relacionados Sociedade
(...)