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Sindicato dos call-centers faz pré-aviso de greve feminista
Salientando que as mulheres “continuam a sofrer índices de desigualdade atrozes”, o STCC diz, num post de Facebook, que Portugal é “dos países da União Europeia onde a desigualdade salarial entre homens e mulheres é maior, 15,8%”.
Apresentando estatísticas que apontam para um acréscimo diário de 1h45 de trabalho em casa, “o que significa mais 3 meses de trabalho não remunerado por ano”, o STT afirma que “Na ausência de políticas públicas que façam com que o Estado se encarregue de uma educação para a igualdade de género e, igualmente, de serviços públicos, como creches, berçários ou lares, só daqui a 180 anos mulheres e homens irão ter as mesmas responsabilidades face aos cuidados domésticos, segundo indicam estudos recentes”.
De acordo com o STCC, “Esta realidade atinge principalmente as mulheres trabalhadoras, que são a maioria da força de trabalho em Portugal” e as mulheres “são quem mais sofre com o assédio moral e laboral, assim como com os horários exaustivos, a precariedade e os baixos salários” e “que são perseguidas e despedidas por engravidar ou por faltar para cuidar da família”. “Essa realidade não é alheia ao número brutal de 13 mulheres já assassinadas este ano apenas por serem mulheres. A falta de salários dignos, direitos sociais e laborais encurrala milhares de trabalhadoras em relações abusivas, com resultados trágicos. O Estado, o Governo e as Entidades Patronais devem, por isso, ser também responsabilizados.”, pode ler-se no comunicado, que afirma ainda que nos “call-centers, as trabalhadoras ainda receiam engravidar, por medo do despedimento”.
Por estes motivos, o STCC afirma que adere à greve internacional convocada para o dia 8 de Março. Estão abrangidas todas as pessoas que “prestem serviço na área dos call-center e contact center, seja em funções de front-office, back-office e afins, tal como nas áreas administrativas, IT's e afins, seja em regime de outsourcing ou outro”.
O objetivo é conseguir o fim dos cortes na remuneração variável aquando de faltas para apoio à família, o alargamento do número de faltas permitidas para apoio à família, sem perda de remuneração, a formação para chefias e trabalhadores sobre assédio moral e sexual e a criação de mecanismos seguros de denúncia destes casos nos locais de trabalho, o investimento na saúde e na educação, a criação uma rede de creches e berçários públicos, o apoio real às vítimas de violência de género.
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