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Senado aprova plano fiscal de Trump

Donald Trump teve este sábado boas notícias com a aprovação da sua reforma fiscal no Senado pela margem mínima. Na véspera, ficou a saber que um dos seus ex-conselheiros está a colaborar com a investigação à influência russa na campanha presidencial.
Foto Shealah Craighead/Casa Branca/Flickr

Por 51 votos contra 49, o Senado norte-americano deu este sábado luz verde à maior mudança no sistema fiscal desde os anos 1980. A aprovação estava em risco por causa das reticências de alguns senadores republicanos, mas apenas um se recusou a votar numa proposta que aumenta o teto da dívida em mais 1.4 biliões de dólares nos próximos dez anos, o período em que estarão em vigor algumas das reduções fiscais agora aprovadas.

Apesar de controlarem a Casa Branca e as maiorias nas duas câmaras do Congresso dos EUA, os republicanos ainda não conseguiram concretizar uma única das suas bandeiras eleitorais. Mas tudo indica que esta reforma fiscal será a primeira. Para isso acontecer só falta a conciliação entre as propostas aprovadas no Senado e na Câmara de Representantes.

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A reforma fiscal de Trump faz as delícias dos lobistas das grandes empresas, que há décadas defendiam o corte radical nos impostos das empresas de 35% para 20% e a isenção de impostos sobre os lucros obtidos pelas empresas no estrangeiro. O impacto para as famílias será de um alívio fiscal maior para os mais ricos. De acordo com o estudo do Tax Policy Center sobre a proposta em cima da mesa há poucas semanas, muito semelhante à aprovada este sábado, “em média em 2027, os impostos subirão ligeiramente para o grupo de mais baixos rendimentos, pouco se alteram no grupo de rendimentos médios, e cairão no grupo de rendimentos mais altos”.

“Em comparação com a lei atual, 9% dos contribuintes pagarão mais em 2019, 12% em 2025 e 50% em 2027”, aponta esta instituição criada pelo Urban Institute e a Brookings Institution, formada por especialistas em fiscalidade e políticas públicas.

Investigação aperta o cerco à Casa Branca

Esta sexta-feira, o ex-conselheiro de Donald Trump para a segurança nacional, general Michael Flynn, deu-se como culpado de mentir ao FBI sobre os seus contactos com o embaixador russo enre as eleições e a tomada de posse, anunciando estar a colaborar com a investigação liderada por Robert Mueller.

A questão que se põe na Casa Branca é qual será a moeda de troca para o acordo entre o general Flynn e a investigação. Ou, por outras palavras, a quem Flynn apontará o dedo enquanto autor das instruções para os seus contactos com o diplomata russo Sergey Kislyak, que entretanto já abandonou o seu posto nos EUA. Esta colaboração está a ser vista como uma possível ameaça a figuras do círculo mais próximo de Trump, como o seu genro Jared Kushner.

Ao contrário das figuras que já foram apanhadas pela investigação, as ações de Flynn dizem respeito não à campanha eleitoral mas ao período de transição. O general contactou o embaixador russo para o convencer a evitar uma escalada de tensão após as sanções aprovadas por Obama em dezembro, e noutra ocasião para deixar clara a oposição da futura administração Trump à resolução da ONU que condenava os colonatos israelitas. A lei norte-americana proíbe cidadãos não-autorizados de conduzirem ações diplomáticas.

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