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“Saúde e emprego são essenciais para travar a desertificação”

O candidato do Bloco pelo círculo da Graciosa às eleições regionais dos Açores, Ricardo Toste, afirmou que a ilha está “esquecida” e que é necessário melhorar os serviços de saúde e os transportes para travar o êxodo das populações e promover o desenvolvimento.

No debate na RTP/Açores o candidato bloquista disse que é imprescindível apostar no setor da saúde para inverter a tendência decrescente da natalidade na ilha e também a saída para a emigração de muitos dos seus habitantes.

Perante um cenário em que a ilha sofre uma perda acentuada de população - em 1950 tinha 9600 habitantes e em 2010 cerca de 4300, ou seja, menos de metade - Ricardo Toste lembrou que as grávidas têm de se deslocar para a Terceira durante um mês para serem acompanhadas durante a gravidez o que acarreta uma série de problemas e transtornos que contribuem para essa quebra.

“A saúde é prioritária para fixar as populações e por isso são necessários serviços de saúde que respondam às suas necessidades seja em relação aos mais jovens, seja em relação aos cuidados continuados para os mais idosos”, disse o candidato que elegeu ainda o investimento como outro fator para melhorar a qualidade de vida de todos quantos residem na Graciosa.

Desenvolvimento coerente

“Vamos chamar os jovens e perguntar o que pretendem, o que podem investir nesta ilha”, afirmou tendo sublinhado que “é necessário ir além da produção já existente e apostar noutros produtos”.

A este propósito referiu a queijada da Graciosa que considerou como um "exemplo para toda a região" tendo sido o primeiro produto açoriano a receber o selo Açores.

Para o candidato do Bloco é ainda necessário "colocar a ilha no mapa político e da região".

Por essa razão, advoga a adoção de um modelo de "desenvolvimento coerente" acompanhado por políticas que fomentem a criação de empregos  para reverter o fenómeno do abandono.

O candidato bloquista teceu igualmente criticas à empresa de aviação SATA que, disse, é uma “empresa pública e por isso deve prestar um serviço público com eficácia em qualquer ilha da região”.

Por outro lado, apontou deficiências no transporte marítimo porque conforme afirmou está “desadequado” em relação à realidade presente.

“Estes aspetos são essenciais e por isso não podemos andar a tapar o sol com a peneira”, avançou.

Finalmente referiu-se ao turismo tendo afirmado que a Graciosa tem condições ideais para a promoção de um “turismo ambiental e não de massas”.

“Podemos ter um turismo orientado para a observação de aves, um turismo rural de qualidade e que traga alguma sabedoria à Graciosa”, salientou.

Por essa razão, Ricardo Toste rejeita o turismo low cost, de mochila às costas porque este não acrescenta valor nem aproveita as potencialidades naturais da Graciosa.

Ricardo Toste (BE/Graciosa) no debate na RTP/Açores

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