Cerca de duas centenas de pessoas estiveram presentes, nesta quarta-feira, no comício de verão do Bloco de Esquerda, realizado na cidade de Santa Comba Dão e em que intervieram João Andrade (candidato à Assembleia Municipal de Santa Comba Dão), Ana Pardal (candidata à Assembleia Municipal de Mortágua), Hermínio Marques (candidato à Câmara de Carregal do Sal) e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que propôs “emprego e respeito pelo clima para acabar com as ‘mentiras’ sobre o inerior”.
“Posso prometer uma vigilância democrática” - Santa Comba Dão
João Andrade, candidato à Assembleia Municipal de Santa Comba Dão, referiu, na sua intervenção, que quer devolver a capacidade de decisão ao povo e para isso comprometeu-se a estar próximo dos munícipes.
Na sua intervenção, afirmou que “está na hora da mudança” e apontou que o movimento Santa Comba Dão Insubmissa (https://www.facebook.com/scd1999) estará sempre disponível para ouvir as pessoas.
João Andrade garantiu que a candidatura “tem um leme, com capacidade de levar este município a bom porto - um porto inclusivo, integrador, amigo do ambiente e dos animais, um porto que conheça a história, mas que não a tente branquear”.
O candidato apontou que o concelho precisa de mais cultura, “uma cultura mais diversificada, integradora, importantíssima no crescimento cívico, social e artístico dos nossos jovens”. “Queremos uma política inteligente aproveitando os dois centros de saúde – o Santa Comba Dão, mal utilizado, e o de São João de Areias, uma realidade propiciada pelo Bloco de Esquerda”, afirmou João Andrade, que defendeu “mais e melhores espaços verdes” e o apoio aos idosos.
O candidato disse ainda que “a economia não pode esquecida”, defendendo mais e melhor emprego no concelho, “fornecendo assim as condições indispensáveis às pessoas que aqui vivem”.
“Criar condições para as pessoas e comunidades participarem ativamente” - Mortágua
Ana Pardal, candidata à AM de Mortágua, começou por afirmar que “o desenvolvimento e progresso socioeconómico” do concelho “não pode ser reduzido à crescente industrialização”, “quando tantas áreas se encontram em degradação constante”.
“Todos os dias se fala do fantástico desenvolvimento industrial de Mortágua e se ignora e camufla a decadência do comércio local e tradicional, do qual tantos mortaguenses dependem para sobreviver”, criticou a candidata.
“É urgente criar condições a todas as pessoas e comunidades para participarem e intervirem ativamente, politicamente, culturalmente e socialmente no nosso concelho, no combate à desigualdade de género, à precariedade laboral, na luta pela partilha dos cuidados, entre muitas outras”, afirmou Ana Pardal.
A candidata apontou que é preciso “responsabilizar e fiscalizar as empresas e o município em matéria ambiental, mas também no controlo das questões de segurança, saúde, higiene e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”.
Ana Pardal defendeu também que “é imperativo repensar a floresta para a garantia e proteção da biodiversidade”, diversificando a atividade económica, e considerando ser “necessário coordenar entre terrenos públicos, privados e baldios a gestão comunitária do território, num projeto que garanta rendimentos a toda a população”.
“Apresentamo-nos assim como alternativa económica ao concelho de Mortágua, defendendo a floresta enquanto fator crucial na preservação da biodiversidade e condenando os grandes interesses e poderes económicos que exploram e esgotam os seus recursos com a crescente e preocupante monocultura do eucalipto”, sintetizou Ana Pardal.
A candidata defendeu ainda “cultura para além de festas e brindes”, “creches e parques infantis”, “habitação pública digna para arrendamento acessível e combate à especulação imobiliária”, “planos e programas municipais LGBTQI+ e de integração e inclusão de imigrantes e refugiados” e a melhoria da rede de transportes públicos.
Ana Pardal defendeu também a urgência da tarifa social ser automática e a “diminuição dos preços da água, com a remunicipalização destes serviços”, denunciando que “a privatização fez com que tivéssemos os preços mais altos do país, acompanhado do aumento do lucro das Águas do Planalto todos os anos”.
A candidata propôs também a “modernização e requalificação das ETAR”, mais investimento na saúde, denunciando que “o centro de saúde de Mortágua que não apresenta condições de funcionamento”. E, defendeu “um concelho mais transparente e democrático”, sendo fundamental a descentralização das AM’s”.
A concluir, Ana Pardal afirmou: “A cultura do medo e da ameaça não nos assusta e muito menos nos calarão, porque política não é isto, política nunca poderá ser o medo. Por uma Mortágua muito mais viva que morta!”
A importância de autarcas do Bloco nas Assembleias Municipais – Carregal do Sal
Hermínio Marques, candidato do Bloco à Câmara Municipal de Carregal do Sal, começou por salientar a importância de autarcas do Bloco de Esquerda, exemplificando com o trabalho realizado pelo deputado do Bloco na Assembleia Municipal (Diego Garcia) e defendendo que Mortágua e Santa Comba Dão precisam de deputados municipais bloquistas, que serão autênticos provedores do município.
O candidato à Câmara citou as conquistas da população do concelho pela intervenção local do Bloco, citando nomeadamente “criação de um cinema no centro de Carregal do Sal”, “elaboração de uma carta de associativismo local”, “criação de um centro de recolha de animais”.
Contou ainda que a AM de Carregal do Sal apoiou a marcha LGBT em Viseu, por proposta do autarca, que votou sozinho a favor e foi aprovado com a abstenção dos restantes partidos.
O candidato concluiu apelando ao apoio aos jovens, que “ são o futuro, o motor disto tudo”.