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Salários de dirigentes sobem significativamente mais do que os dos trabalhadores

Os dados divulgados esta semana pelo Ministério do Trabalho mostram que os salários dos dirigentes de empresas privadas sobem muito acima da média dos salários dos trabalhadores das suas empresas. Também a desigualdade de género persiste com os salários das mulheres a serem 19% mais baixos do que os dos homens.
Foto de Paulete Matos

Os dados são referentes à comparação abril de 2019 e de 2018 mas apenas foram revelados esta semana pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Segundo o inquérito aos ganhos e duração do trabalho no setor privado, os dirigentes de empresas têm subidas salariais mais altas do que a média dos trabalhadores.

O Correio da Manhã divulgou os números que o governo avançou concluindo que, num ano, em média os quadros dirigentes das empresas privadas ganharam 2886,8 euros ilíquidos, mais 301 euros do que no ano passado, ou seja uma subida de 12%.

Já os empregados/operários, o maior grupo de trabalhadores contabilizado pelo Ministério do Trabalho, receberam de salário médio 1151,29 euros, um aumento de 24 euros, isto é 2% relativamente ao ano passado. A categoria apresentada como de aprendizes subiu 73 euros, passado de 719,08 em abril de 2018 para 791,69 em abril deste ano. Nestas contas entra para além do salário-base, as horas extraordinárias, subsídios ou prémios que tenham sido pagos mensalmente.

Os mesmos dados provam o fosso salarial entre homens e mulheres. Os homens ganharam em média no período estudado 1300,95 euros mensais. As mulheres 1055,43 euros, o que significa que receberam menos 18,9 %.

Para além disto, apresentam-se outros dados. Os salários subiram mais nas áreas das indústrias extrativas, nas atividades artísticas, de espetáculos, recreativas e desportivas. Sendo as remunerações médias mais altas nos setores da eletricidade, gás, vapor, água e as mais baixas no alojamento e restauração. Nestes setores 40% dos trabalhadores estavam a receber em abril o salário mínimo. No geral são 25,6%. Também aqui a desigualdade de género é notada: 31% das mulheres trabalhadoras no privado recebiam salário mínimo em comparação com 21% dos homens.

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