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Ryanair ameaça profissionais com cortes e despedimentos

"A empresa irlandesa está claramente a aproveitar-se de toda a conjuntura da pandemia" denuncia o Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil.
avião da Ryanair
Avião da Ryanair, foto de Victor / Flickr

O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) emitiu esta quinta-feira um comunicado onde denuncia ameaças de cortes no salário e despedimentos, acusando a Ryanair de se aproveitar da pandemia.

"A empresa irlandesa está claramente a aproveitar-se de toda a conjuntura da pandemia de coronavírus à custa dos seus colaboradores, nomeadamente dos tripulantes de cabine" pode ler-se no comunicado hoje noticiado pela agência Lusa, onde o sindicato refere uma “política de medo” promovida pela Ryanair, que ainda tem pagamentos à Segurança Social em atraso, assim como de horas de voo a muitos trabalhadores.

Entre as diligências tomadas pelo sindicato constam um pedido de audiência aos grupos parlamentares da Assembleia da República e ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a apresentação de várias queixas à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

Segundo a agência Lusa, o sindicato já respondeu à Ryanair acerca das medidas para a retoma de atividade, recordando a companhia de que "nunca irá negociar" despedimentos, nem cortes salariais, refutando "toda a sua demagogia" e "desmistificando" os cortes salariais de 10% propostos, que diz serem na realidade de cerca de 30%. Consideram que as propostas apresentadas representam cortes salariais nos vencimentos base mas também a eliminação do bónus de produtividade que estes profissionais auferem há anos.

“Caso as condições apresentadas na proposta fossem aceites, haveria tripulantes de cabine a receber um vencimento abaixo do ordenado mínimo nacional ou, inclusivamente, não receber qualquer retribuição, caso não fosse realizado nenhum tipo de voo”, denuncia o comunicado emitido pelo sindicato. Uma situação de difícil compreensão, dado que a empresa tem este ano uma “saúde financeira superior aos anos anteriores” e anunciou publicamente que espera no verão de 2022 já não sentir qualquer efeito da pandemia.

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