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Rola Brava ameaçada de extinção em Portugal

A Lista Vermelha de Espécies em risco de extinção inclui pela primeira vez espécies cinegéticas que são caçadas em Portugal. A rola brava e o zarro foram colocadas na categoria de “vulnerável”, considerando­as em risco de extinção o que implica a necessidade urgente de alterar a legislação que regula a sua caça.
Rola Brava – Foto de Jose Sousa/flickr

A Lista Vermelha, criada pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) em colaboração com a BirdLife International em 1963, tem como objetivo fazer uma análise rigorosa sobre o grau de ameaça de extinção para cada espécie.

De acordo com esta organização, existem em todo o Mundo 197 espécies consideradas em estado “Criticamente Ameaçado” de extinção, que necessitam de ação urgente de recuperação e de conservação e por isso devem ser uma prioridade para as entidades que que têm como missão analisar as espécies ameaçadas.

Das 77.340 espécies avaliadas, 22.784 estão ameaçadas de extinção e no grupo das aves,mais de 40 espécies viram o seu estatuto de conservação agravar-se. É o caso da rola-brava, uma ave migradora que ainda é caçada em Portugal, apesar dos programas de monitorização levados a cabo pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) demonstrarem um decréscimo muito acentuado desta espécie cuja população baixou em cerca de 40% na última década. Por sua vez, o zarro (da família dos patos) é uma espécie cinegética migradora que tem vindo a registar uma diminuição drástica. Com base nestes dados, a SPEA considera que estas espécies devem deixar de ser caçadas tendo em vista a sua preservação, o que requer uma reação rápida e eficaz das entidades oficiais através da alteração do calendário venatório e da suspensão da sua caça.

Luís Costa, Diretor Executivo da SPEA, afirma a este propósito que as “as ONGA tem liderado e participado em projetos que permitiram recuperar a população, o habitat e a área de distribuição de algumas espécies que já estiveram perto da extinção e monitoriza as populações de aves que ajudam a definir o seu estatuto na Lista Vermelha.”

Este responsável acrescenta ainda que “a Lista Vermelha da IUCN representa a voz da biodiversidade indicando-nos onde devemos concentrar a nossa atenção de forma mais urgente – e esta voz está claramente a dizer-nos que devemos agir já, de forma a desenvolver políticas mais fortes e programas de conservação que protejam as nossas aves e travem o seu declínio.”

Os grupos de aves com risco mais elevado de extinção são os abutres, as aves marinhas e as aves limícolas; algumas delas nidificam também em Portugal requerendo por isso das autoridades competentes medidas de conservação com carácter urgente.

O nosso país tem atualmente uma espécie em risco crítico, que partilha com Espanha: a pardela-balear, e três que estão colocadas na categoria “Em Perigo”. E há ainda 7 espécies com o estatuto de conservação urgente: a águia-imperial, o painho-de-monteiro, a abetarda, a freira-do-bugio, a felosa-aquática, e as novas espécies que agora entraram na lista: a rola-brava e o zarro. Há, no entanto, outras que já saíram da ameaça de extinção devido à implementação de projetos de conservação como o priolo e a freira-da-madeira.

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