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Responsável do Centro Dramático de Évora critica falta de apoios à cultura

O reduzido apoio financeiro do ministério da Cultura à produção artística foi criticado pelo diretor do Centro Dramático de Évora (Cendrev), que disse ser urgente que o Governo corrija a situação.
José Russo considera imprescindível um aumento do financiamento para a área da cultura. Foto Paulo Nuno Silva/ Cendrev
José Russo considera imprescindível um aumento do financiamento para a área da cultura. Foto Paulo Nuno Silva/ Cendrev

José Russo teceu nesta quinta-feira criticas  ao reduzido apoio financeiro disponibilizado pelo ministério da Cultura (ME) à produção artística e adiantou que 2016 “foi um ano de imensas dificuldades” para o Cendrev, devido aos escassos apoios por parte do ministério da Cultura, que, "desde logo, são a parte fundamental do financiamento para a produção artística”.

O responsável adiantou que para este ano “os valores vão manter-se iguais”, dado que o Governo “disse que quer ponderar, refletir e alterar” aspetos que se prendem com “os quadros de financiamento e os regulamentos, mas já anunciou que vai refazer, nos mesmos valores, os protocolos que tem com as companhias de teatro".

“Não faz qualquer sentido que não haja, no mínimo, um sinal do Governo para que 2017 já não seja igual a 2016, 2015, 2014, 2013, 2012”, declarou José Russo, tendo acrescentado que “ como tem havido noutros setores de atividade, também a Cultura precisa de um sinal nesse sentido”.

Em relação ao balanço do trabalho da companhia em 2016, José Russo referiu que o Cendrev realizou 137 sessões teatrais, com um total de 9.659 espetadores, embora, “num quadro normal”, sem constrangimentos financeiras, teria “feito mais espetáculos”.

Atores em situação precária

O responsável do Cendrev referiu-se ainda ao problema da precariedade que atinge os atores tendo afirmado que “estes trabalham dois meses com um espetáculo, depois vão-se embora para o desemprego, vêm outros e trabalham dois ou três meses e a seguir, vão-se embora para o desemprego. É isso que tem estado a acontecer”, denunciou.

José Russo referiu-se às produções teatrais que só foram possíveis devido à parceria com outros grupos, tendo exemplificado com a peça “Embarcação do Inferno”, baseada no “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, e que é o mais recente espetáculo do Cendrev e que foi coproduzido com A Escola da Noite, de Coimbra.

De acordo com os responsável do Cendrev, já tem sido “muito reclamada e anunciada” a necessidade de um aumento do financiamento para a área da Cultura, mas com a “nova vaga de governação”, continua a existir “alguma esperança” de que “algumas coisas sejam revertidas”, embora “esse processo esteja a tardar muito” e “já deveria haver, pelo menos, algum sinal em relação a 2017”, declarou José Russo.

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