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Resgate de Portugal foi para salvar banca alemã, diz conselheiro de Durão Barroso

Philippe Legrain acaba de publicar o livro “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess” (Primavera europeia: Por que as nossas economias e políticas estão um caos). Na entrevista, afirma que os governos europeus “puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos”, e que “há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos”.
O principal problema era a dívida privada
No caso de Portugal, afirma, “o principal problema era a dívida privada. Antes da crise, a dívida pública era sensivelmente a mesma que na Alemanha – 67/68% do PIB – mas o grande problema que não foi de todo resolvido era a dívida privada que estava acima de 200% do PIB”.
Para o economista, este é que era o problema real, “mas que os portugueses não enfrentaram, a UE e o FMI não ligaram, só se concentraram na redução da dívida pública. Por isso, como não resolveram os problemas reais do sector bancário, não resolveram o problema da dívida privada, só se concentraram na consequência, que foi o aumento da dívida pública”.
Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade
O resultado desta decisão, na sua opinião, foi uma “profunda, longa e desnecessária recessão económica”. E a crise está longe de estar resolvida.
“Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade. Isso também aconteceu nos anos da bolha [financeira], antes de 2007, em que os mercados também emprestavam de forma incrivelmente fácil, o que não significava que não havia problemas. Neste momento tem havido entrada de liquidez, que está a tapar os problemas subjacentes, mas essa liquidez pode inverter-se se o BCE, como penso que vai acontecer, nos desiludir da ideia de que poderá haver um Quantitative Easing (injecção de liquidez)”.
Troika desempenhou um papel colonial em Portugal
Para Philippe Legrain, “o que começou por ser uma crise bancária que deveria ter unido a Europa nos esforços para limitar os bancos, acabou por se transformar numa crise da dívida que dividiu a Europa entre países credores e países devedores”. Nessa crise, aponta, as instituições europeias funcionaram como instrumentos para os credores imporem a sua vontade aos devedores.
“Podemos vê-lo claramente em Portugal: a troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas”.
Esta instituição (a Comissão Europeia) é uma redoma completamente desligada da realidade.
O economista considera que o essencial da responsabilidade da parte orçamental dos programas foi da Comissão Europeia, que fez projeções completamente falsas. “Dá vontade de rir quando se comparam as projeções de 2011 com os resultados de 2013, é uma anedota. Isto resultou em parte da incompetência das pessoas responsáveis, mas há outro problema que é o da responsabilidade democrática. Olli Rehn e os seus altos funcionários decretam que o desemprego vai ser 12% mas se afinal é 20%, dizem 'ah, ok, temos de mudar aqui este número na folha de cálculo'. Ou seja, não estão a lidar com a realidade. Esta instituição é uma redoma completamente desligada da realidade”.
Portugal está em pior estado do que estava no início do programa
O ex-conselheiro de Durão Barroso é particularmente crítico dos resultados do programa português: “Basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa”.
O economista defende para Portugal “uma reestruturação dos bancos, um perdão de dívida tanto pública como privada, é preciso investimento do Banco Europeu de Investimentos"
É destrutivo uma Alemanha quase-hegemónica
A orientação política seguida, afirma, veio da Alemanha. “E a Alemanha aconselhou mal, em parte por causa da forma particular como os alemães olham para a economia, por causa da ideologia conservadora, e porque agiu no seu próprio interesse egoísta de credor em vez de no interesse europeu alargado. A UE sempre funcionou com a Alemanha integrada nas instituições europeias, mas aqui, a Alemanha tentou redesenhar a Europa no seu próprio interesse. É por isso que temos uma Alemanha quase-hegemónica, o que é muito destrutivo”.
O economista defende para Portugal “uma reestruturação dos bancos, um perdão de dívida tanto pública como privada, é preciso investimento do Banco Europeu de Investimentos (BEI), dos fundos estruturais da UE e através dos ganhos de um perdão de dívida que reduza os pagamentos dos juros”.
Não é verdade que os salários precisavam de ser reduzidos
Para Philippe Legrain, “não é verdade que os aumentos salariais no sul da Europa foram excessivos nos anos pré-crise. Em termos de peso no PIB, os salários até caíram. Por isso não é verdade que esta foi a causa da crise, não é verdade que os salários precisavam de ser reduzidos. Só que esmagar salários provoca o colapso do consumo, agrava a recessão e agrava o peso da dívida, porque se os salários baixam, é mais difícil pagá-la. Tudo isto é baseado no erro de conceção alemão de que os custos salariais são uma coisa má e têm de ser reduzidos, quando, de facto, deveriam ser tão altos quanto possível, desde que justificados pela produtividade”.
Comentários
... e para emprestar dinheiro
... e para emprestar dinheiro aos bancos portugueses a juro "0" e quem paga e vai pagar a continuar a pagar tudo istoo é o ze povinho..... mas os portugueses são estúpidos e ignorantes por natureza e o que interessa e o Benfica ser campeão ou o Ronaldo derreter mais 500 mil euros num novo carro... que mierda de povo e de país !!!
É!...
Mas o PSD vai ganhar outra vez, nem que seja aliado ao PS. Caso ganhe o PS, talvez tenhamos uma ditadura PSD/PS e quem sabe, uma ditadura fascista outra vez, mas o povo gosta! Sigam em frente!...
O nazismo alemão está bem
O nazismo alemão está bem activo!É só mais uma divida da alemanha que ficou por pagar ou melhor pagaram outros!
Ai agora é que eles vem falar
Ai agora é que eles vem falar, que novidade....
Ó senhor ex-conselheiro dum
Ó senhor ex-conselheiro dum mercenário presidente da comissão europeia. Devia começar por explanar todas as vezes que se ergueu contra os desmandos das orientações ultra-erradas da Comissão Europeia...embora tenha razão no que agora diz...só que não vale de nada....
No tempo do Socrates ele
No tempo do Socrates ele dizia que nao era com receccao economica ex baixos salarios e outras coisas que o pais ia sair da receccao a direita e patroes estavam contra , mas isso so nao sabe quem nao for um economista burro ,agora esta aqui a prova , se o PSD / CDS gosta-se dos portugueses deveria negociar a divida mas nao cobardes da patria fizeram o contrario exmagaram mais os portugueses , e aianda por cima foram contra a grecia , triste Dupla de enconpetentes . Mas anda as TV portuguesas a levalos ao colo . Eu peco que estes inrresponsaveis se vao embora enquanto e tempo .
as asneiras da troika
Toda a gente sabe que o resgate foi aos Bancos, pois o país está com uma dívida muito maior... Já se esqueceram da coincidência de o pedido de resgate ter sido feito uma semana depois da reunião dos banqueiros?
Mas, continuem a votar PSD/CDS e PS, e terão mais do mesmo. Eu, que sempre votei, a partir de agora é voto com uma cruz em cima.... Esta cambada não defende os interesses de Portugal, pois nem os interesses deles sabem defender... eles não sabem nada do que estão a fazer e para os alemães, que são uns grandes atrasados mentais, mentecaptos, que sem a ajuda da Europa de dos USA, no pós guerra, tinham morrido todos de fome e nós tínhamos visto libres desta corja de nazis, que tem sempre em mente conquistar o resto da Europa... desta vez com o dinheiro, que não pagaram...
Shame on us and germans...
Assino por baixo.
Assino por baixo.
Finalmente Merkel superou Hitler
Na minha humilde opinião a Merkel conseguiu pela via econômico/financeira uma vitória sobre a Europa que o Hitler não obteve pela força das armas.
portugal vai dar que falar em todo mundo em uma so voz o povo
o pais nao tem portugues no pais esta tudo fora mais de metade do povo .nao a pessoas nao a gastos nao a trabalho nao a riqueza se 60% os imigrantes voltam ou seu pais em un ano o pais dobra a riqueza e os impostos reduzidos em mais 48% esta e a verdade mas quem fala do nosso povo no mundo ninguem o melhor e mais forte esta fora e nao volta nos ultimos anos e pena mas e a realidade de portugal
...
Adoro artigos polémicos, principalmente quando não são assinados!
Troicaki a ber se deixo
Adoro artigos que vêm quando já nada há a fazer, fora do prazo. só para sair a dizer que falou a verdade, enquanto o Dr. Barroso dá o salto para mais um grupo dominate onde decide pelas nossas vidas.
Também não me parece grande conselheiro este bife! ou não deu conselhos nenhuns ou quem os devia receber não os ouviu.
Agora bifes que fazem referendos para sair da Europa e que nunca adotaram a moeda unica dão conselhos preciosos, contra os Alemães Claro!
Interessante que o Sr.
Interessante que o Sr. Philipe Legrain diz algo logo no início do texto, que toda a Esquerda tem negado: o problema da dívida Privada chegar aos 200%. Isto é algo que tem que ser tratado, porque sim, uma grande parte da população portuguesa vivia, e ainda se vê qie continua, a viver a cima das suas possibilidades salarias. Nos últimos 26 anos tenho vivido fora de Portugal, com um interlúdio de 4 anos, e os sinais de ostentação no nosso país são vergonhosos. Um país de pelintras, que por exmeplo tem um "parque automóvel" melhor que muitos países ricos. A densidade de Mercedes, Audis, BMW's versus salário médio é superior à Alemanha. Por isso, ainda falta esta restruturação mental, a deinverter a necessidade de mostrar como resposta à falta colectiva de auto-estima. Isto é essencial para o País andar para a frente!!
Crise em Portugal
E temos um presidente da Republica a dizer que temos de fazer o que nos mandam!... Que o BES é de confiança!... Quando essa "personalidade" foi 1º ministro, que infelicidade, até o próprio Dr. Miguel Cadilhe, então Ministro das Finanças, o alertou para o que ia acontecer. Lhe disse:-vai mexer nos ordenados da função pública, vai desequilibrar as contas públicas. Hoje o Dr. Miguel Cadilhe diz e com razão; " a crise em Portugal tem um nome:- Aníbal Cavaco Silva. Não escrevo com letra pequena porque seria um erro ortográfico.
despenhorar com leis...os
despenhorar com leis...os interesses individuais, particulares e empresariais; aumentar os sálarios..pois com salarios aumenta o consumo;fiscalizar as ditas ongs.. que são as santas casas da gamela.. em Portugal chamam lhes de mesiricordia..é atráves destas casas que existem muitos chulistas: mas estas não existem em nenhuma parte do mundo.. nem na Russia mas em Portugal e porquê? investigem e vão encontrar muitas farsas...crescer a economia .. é ter dinheiro livre e criar oportunidades e empregos..
Apenas o conceito de classe
Apenas o conceito de classe dominante e de luta de classes explica isto, mas se ele introduz conceitos marxistas fica imediatamente desacreditado pela imprensa...
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