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Reserva Federal começa a abrandar aumentos das taxas de juro

Os números da inflação mais baixos do que o esperado devem levar a que o ritmo de aumento das taxas de juro também diminua nos próximos anúncios da Reserva Federal dos EUA.
Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, numa intervenção a 2 de novembro. Foto Reserva Federal/Flickr

Na passada quinta-feira, as grandes bolsas norte-americanas, como o S&P 500 e o Nasdaq Composite, fecharam em alta após o aumento dos preços se ter fixado abaixo do esperado. 

Os índices bolsistas beneficiaram da expetativa que esta inflação mais baixa, cerca de 7,7%, pode representar um abrandamento da política monetária da Reserva Federal norte-americana (o FED). Os mercados acreditam que a próxima subida das taxas de juro será de 50 pontos base e não os 75 dos últimos meses.

Como lembra o Financial Times, o FED aumentou em menos de um ano as taxas de juro dos fundos federais em 3,75 pontos percentuais. Esta opção acabou por pressionar também o Banco Central Europeu a seguir as mesmas pisadas.

Com a reação dos investidores, um grupo crescente de responsáveis do FED tem apoiado abrandar o ritmo de aumento da taxa de juros. Patrick Harker, presidente da reserva federal da Filadélfia, juntou-se aos presidentes de Boston, Chicago e Richmond na defesa de saltos menores. 

“Nos próximos meses, à luz do aperto cumulativo que alcançamos, espero que desaceleremos o ritmo dos nossos aumentos de juros à medida que nos aproximamos de uma postura suficientemente restritiva”, disse Harker na quinta-feira. Contudo, apelou: “Mas quero ser claro: um aumento de 50 pontos-base ainda seria significativo”.

Na mesma linha, Lorie Logan, presidente da FED de Dallas, defendeu que "apesar de acreditar que será apropriado abrandar o ritmo das subidas para percebermos melhor como as condições económicas e financeiras estão a evoluir, também acredito que um ritmo mais lento não deverá ser entendido como uma política mais leve".

"É apropriado pensar em abrandar a dimensão das subidas. A discussão não é sobre parar, mas sim sobre reduzir", disse também a presidente da FED de São Francisco, Mary Daly.

As decisões futuras nos EUA dependerão então da evolução da inflação, da resposta dos investidores nos setores que se sentem mais constrangidos pelo aumento das taxas de juros e da perda de poder de compra da população. Estes comunicados de presidentes estaduais do FED são um primeiro sinal de uma inversão de ciclo. 

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