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Redução da informação na RTP é “atentado à liberdade”, diz Conselho de Redação

O Conselho de Redação da RTP considera ainda que o relatório do grupo de trabalho do Governo “põe em causa a integridade e deontologia” dos jornalistas do canal público de televisão. Também o Conselho de Redação da RTP Rádio se pronunciou, considerando que o relatório pressupõe “um modelo mais estatizado” e “menos democrático”.
Conselho de Redação considera que relatório do grupo de trabalho do Governo “põe em causa a integridade e deontologia” dos jornalistas da RTP - Foto rtppt/flickr

O Conselho de Redação da RTP “reprova e lamenta” o conteúdo do relatório do grupo de trabalho do Governo, coordenado por João Duque e afirma: “No documento confunde-se de forma deliberada os conceitos de Estado e de Governo para insinuar que os jornalistas da RTP são permeáveis a pressões políticas e que produzem um trabalho desajustado à realidade do país e aos objetivos do serviço público de televisão”.

Sobre a proposta, do grupo presidido por João Duque, de redução da informação da RTP, o Conselho de Redação considera que “é contrária ao princípio do acesso livre e generalizado da população portuguesa consagrado no contrato de serviço público de televisão” e que constitui “um atentado à liberdade e livre informação que caracterizam um Estado democrático de direito”.

Também o Conselho de Redação da RTP Rádio se pronunciou sobre o relatório do grupo presidido por Duque, rejeitando a extinção de qualquer estação de rádio, porque “os canais existentes são essenciais para o cabal cumprimento do serviço público de rádio”.

O Conselho de Redação da RTP Rádio sublinha ainda que as propostas apresentadas pelo grupo chefiado por Duque “pressupõem a criação de um modelo mais estatizado, menos democrático e que, no limite, coloca em causa a independência e a dimensão editoriais”.

O Conselho de Redação pretende ainda saber “quais os poderes que intervêm de forma 'ilegítima ou eticamente reprovável' na informação do serviço público de rádio”, “qual o controlo que, no entender do grupo de trabalho deve ser exercido pelo parlamento”, “o que é que o grupo de trabalho entende por informação “essencial” e quem deve definir esse conceito” e "de que forma os serviços informativos do Estado devem ficar limitados aos ‘serviços indispensáveis ao equilíbrio da informação’”.

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