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Recusar vacina da AstraZeneca implicará perder a vez e ficar à espera

O regulador europeu reafirmou a eficácia e segurança da vacina, que Portugal voltará a administrar a partir da próxima semana. Quem não aceitar ser vacinado não só perderá a sua vez como não poderá posteriormente escolher a vacina.
Foto de gencat cat, Flickr.

“Temos uma conclusão clara de que esta vacina é segura e eficaz, e de que os benefícios ultrapassam os possíveis riscos”, garantiu a diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em conferência de imprensa.

Ainda assim, Emer Cooke considera que “continua a ser muito importante analisar a relação entre estes episódios raros de coagulação e a vacinação”. A responsável da EMA assegurou que vão ser realizados vários estudos e que “a recomendação é para os profissionais de saúde estarem atentos a possíveis efeitos secundários”.

O regulador europeu negou a existência de problemas em determinados lotes específicos da vacina da AstraZeneca. “Essa relação simplesmente não existe”, frisou Sabine Straus, secretária do Comité de Farmacovigilância e Avaliação do Risco da EMA.

No que respeita aos 469 relatos de fenómenos tromboembólicos registados na Europa revistos pelos técnicos da EMA e outros especialistas, verifica-se que a maioria diz respeito a mulheres com menos de 55 anos e que a população mais idosa foi a mais poupada.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controlo e Prevenção das Doenças – África (CDC África) continuam também a recomendar a utilização da vacina da AstraZeneca.

De acordo com Hans Kluge, diretor da OMS Europa, a vacina “protege contra uma doença potencialmente mortal, a covid-19”. “Em compensação, os tromboembolismos venosos são a terceira doença cardiovascular mais comum no mundo. Acontecem quer as pessoas se vacinem, quer não”, acrescentou o responsável em conferência de imprensa online.

Quem recusar ser vacinado com a vacina da AstraZeneca fica na fila de espera

Portugal retomará na próxima segunda-feira a vacinação com a vacina da AstraZeneca. O coordenador do grupo de trabalho para o plano nacional de vacinação já veio esclarecer que quem recusar a vacina perde a vez e terá de ficar à espera. Acresce que “o princípio no processo de vacinação é a não escolha da vacina, porque as vacinas aprovadas são igualmente boas e seguras”, avança o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, citado pelo Público.

O diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, relatou ainda que os profissionais no terreno já estavam a receber algumas recusas. “Explicamos que vão ter que ficar à espera ou a aguardar que mude a regra da atribuição. Já tivemos médicos e médicos dentistas, por exemplo, a recusar-se, mas a regra é simples: não dá para escolher. Seria ingerível. Se as pessoas não aceitam a regra, e têm esse direito, vão ter que esperar. Serão vacinadas no Verão ou depois do Verão”, apontou José Luís Biscaia.

“Já houve rejeições antes e agora deverá haver mais. Mas recusar é impossível à partida. A orientação é: o utente não escolhe a vacina. Não podemos eliminar a pessoa da lista, o que dizemos é que vai ter que esperar, correndo o risco de não ser vacinada”, confirmou Diogo Urjais, presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar.

Graça Freitas afirmou, por sua vez, que “quando decidimos pôr uma vacina a circular e a ser administrada, é porque nos dá garantias de que é segura, eficaz e tem qualidade. Se for oferecida uma vacina, seja qual for a marca, deve aceitá-la. O risco de ter doença, doença grave, internamento e indesejavelmente morte, é muito superior”.

“A recusa de uma vacina é recusar proteger-se e recusar proteger-se contra uma doença grave. A alternativa [para quem recusa tomar uma qualquer vacina de qualquer marca] é essas pessoas continuarem vulneráveis e suscetíveis de contraírem uma doença que pode ser grave e que pode ser letal”, acrescentou a diretora da Direção Geral de Saúde.

 

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