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Quercus contra novo parque eólico no Marão

A Quercus vai apresentar queixa na UNESCO e na justiça portuguesa contra projeto de parque eólico na Serra do Marão com torres de 90 metros de altura, que qualifica como um "atentado" à paisagem do Douro vinhateiro.
Aerogerador em Vila do Bispo, Algarve. Foto de Paulo Valdivieso/Flickr.
Aerogerador em Vila do Bispo, Algarve. Foto de Paulo Valdivieso/Flickr.

A associação ambientalista Quercus vai apresentar uma queixa formal à UNESCO devido ao projeto de um novo parque eólico no Marão, perto de Amarante, que qualifica como um "atentado à Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade", noticia a Agência Lusa.

O novo parque eólico está previsto para uma zona entre as freguesias de Teixeira e Teixeiró, no concelho de Baião, e Ansiães, no concelho de Amarante (mapa). O terreno fica a cerca de dois quilómetros do Penedo Ruivo, um dos pontos mais altos da Serra do Marão, onde já existe um parque eólico. Na zona existem já mais de 60 torres de geração de energia. O projeto prevê a instalações de mais oito torres, com 93 metros de altura e rotores de 114 metros de diâmetro, com uma capacidade de geração de 20 megawatts. O período de exploração previsto é de 20 a 25 anos.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto está em consulta pública até 29 de maio, na qual a Quercus participará com um parecer negativo, segundo a Agência Lusa.

A Quercus vai também iniciar um processo de queixa formal à UNESCO, que classificou em 2001 o Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, e pretende ainda interpor uma ação na justiça portuguesa. Em comunicado enviado à Lusa, a associação ambientalista considera o novo parque eólico um "atentado" que "coloca em risco a paisagem do Alto Douro Vinhateiro". "Estamos a falar de equipamentos com altura superior a prédios de 30 andares", refere o comunicado, acrescentando que "estes monstros artificiais irão descaracterizar de modo irreversível o alto da serra do Marão que tem escapado ao longo dos anos à febre da instalação de parque eólicos".

A associação considera ainda as dimensões do novo parque incompatíveis com "os objetivos de conservação da biodiversidade que levaram à classificação do Marão como rede Natura 2000", pondo em risco o habitat do lobo ibérico e da águia real.

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