Mariana Mortágua reagiu esta quinta-feira à notícia de que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) está a pedir taxas de 400 euros “em dez dias” aos imigrantes que têm os processos de regularização em espera. E lembrou que esta instituição pública “tem legalmente a obrigação de responder a pedidos de regularização de imigrantes em 90 dias” apesar de haver “processos em espera há anos” por incapacidade de resposta do Estado e dos serviços públicos.
A exigência destas taxas é vista assim como uma forma de procurar resolver este problema “limpando as listas de espera”. O Bloco de Esquerda defende que isto “é injusto” e vai requerer a presença dos responsáveis do organismo no Parlamento “para que possam explicar esta decisão de que nem o ministro da tutela tinha conhecimento”.
O partido insiste ainda que são muito importantes as ideias de que “para receber imigrantes é preciso um serviço público e não uma polícia” para garantir a sua legalização atempada e de que Portugal precisa desses imigrantes.
Extrema-direita
“André Ventura faz jogo cobarde ao usar criminalidade como desculpa para ataques racistas”
A este propósito, mencionou um “novo ataque de André Ventura aos imigrantes” para contrapor que “não deixaremos que André Ventura fique sozinho a falar nas televisões, a contar mentiras sobre a imigração em Portugal”.
Para a coordenadora bloquista, “quando a extrema-direita fala sobre restringir a imigração, sobre quotas, o que está a dizer é que quer diminuir o número de imigrantes legais para aumentar o número de imigrantes clandestinos para poderem ser explorados de todas as formas”. Isto porque “a economia precisa deles, porque a agricultura não funciona sem eles, como podem bem ouvir o presidente da CAP ainda hoje”, exemplifica, acrescentando ainda outros setores económicos como a hotelaria, a pesca ou os serviços de cuidados nos lares.
Sublinhou ainda que André Ventura e extrema-direita “estão nas redes sociais a espalhar mensagens de ódio, a semear o medo contra os migrantes, a espalhar mensagens falsas, imagens falsas”. E este ódio “resulta em violência”.
Mariana Mortágua contrapõe que “quem gosta de Portugal não quer que Portugal seja um país de violência contra imigrantes, um país de ódio, um país de racismo”. E que “defender Portugal é defender o acolhimento de todos os imigrantes que vêm até aqui, porque a economia precisa deles”.