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Qualquer dia o governo quer melhorar serviços e não tem trabalhadores, avisa Arménio Carlos
À margem do congresso da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP), Arménio Carlos alertou para a necessidade de valorizar o papel da administração pública, sob o risco de “qualquer dia” o governo querer melhorar os serviços públicos e não ter trabalhadores.
O líder da CGTP sublinhou também a necessidade de manter presente o papel dos trabalhadores da administração pública em Portugal no tempo da ‘troika’, defendendo que se não fosse pelo trabalho e “intervenção” destes, os serviços públicos “teriam colapsado”.
Arménio Carlos defende que os trabalhadores da administração pública deviam ser mais valorizados. Por esse motivo, a proposta de aumento de 0,3% para a função pública, feita pelo governo, é "desrespeitadora e destruidora da dignidade" daqueles trabalhadores.
"Os trabalhadores da função pública deviam ser mais respeitados e valorizados e a proposta que este governo apresentou no âmbito salarial é não só desrespeitadora como é destruidora da dignidade dos trabalhadores da administração pública".
"A questão que hoje se coloca à sociedade portuguesa é que, ou se valoriza os trabalhadores dos serviços públicos e da administração pública, ou nós corremos o risco de qualquer dia termos um governo a dizer que quer melhorar os serviços públicos e não tem trabalhadores disponíveis para continuarem a receber 600, 800 ou 900 euros", afirmou à agência Lusa.
"Para termos melhores serviços públicos temos que ter melhores profissionais. Para termos os melhores profissionais o Estado e o Governo têm que desenvolver as condições para que possam exercer a sua atividade", afirmou Arménio Carlos.
O congresso da FNSFP é marcado pela saída da sua atual coordenadora, Ana Avoila. Em declarações à agência Lusa, Avoila afirma que "em termos dos direitos dos trabalhadores, houve uma regressão muito grande (nos últimos 13 anos)”.
"Desde logo com o governo de José Sócrates, do PS, que retirou o estatuto socioprofissional aos trabalhadores da administração pública. Isto é o quê? Tirou-nos o vínculo de nomeação, tirou as carreiras gerais, todas as profissões que existiam deixaram de existir para se chamarem assistentes operacionais", descreveu.
Tanto Ana Avoila quanto Arménio Carlos apelaram à mobilização para a manifestação de dia 31 de janeiro, em Lisboa.
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