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Puigdemont sugere referendo sobre permanência na UE

Com as sondagens a apontarem para um parlamento dividido ao meio, o fim de semana de campanha na Catalunha ficou marcado pelas declarações do ex-governante e candidato às eleições de 21 de dezembro.
Carles Puigdemont em entrevista a partir de Bruxelas. Imagem publicada na sua conta do Twitter

“Eles não parar de dizem que vamos ficar fora da União Europeia, mas quem deve tomar essa decisão são os cidadãos da Catalunha. Querem pertencer a esta UE? Em que condições? Vamos ver o que diz o povo da Catalunha. Talvez não haja muita gente que queira fazer parte desta UE (..), tal é o atropelo aos direitos humanos, aos direitos democráticos de uma parte do território, apenas porque uma direita pós-franquista tem interesse em que assim seja”, afirmou Carles Puigdemont na entrevista à TV pública israelita, aqui citado pelo El Periódico.

O presidente do governo catalão destituído encabeça a lista Junts per Catalunya e fará a campanha para as eleições de 21 de dezembro a partir de Bruxelas, onde se encontra exilado. Nesta entrevista, Puigdemont não poupou a posição da UE e concretamente de Jean Claude Juncker e Antonio Tajani, os presidentes da Comissão e do Parlamento Europeu. Mas acabou por reconhecer que é partidário da UE e do euro, insistindo que a decisão de integrar deve ser tomada pelo povo da Catalunha, como deveriam tomá-la livremente os outros cidadãos da Europa”.

As declarações eurocéticas de Puigdemont foram criticadas por vários quadrantes políticos, em especial pelos partidos que apoiaram a aplicação do artigo 155 para destituir o governo. O líder dos Ciudadanos chegou mesmo a comparar Puigdemont com Marine Le Pen, dizendo que “nacionalismo e populismo são duas caras da mesma moeda”.

Sondagem dizem que os líderes políticos mais populares estão na prisão ou no exílio

A sondagem publicada este sábado no El País coloca o bloco dos partidos independentistas que sustentavam o governo destituído a apenas um mandato da maioria absoluta. A ERC obteria 39 deputados (26.5% dos votos), seguida pelos Ciutadans com 35 (25.3%), o PSC com 19 (14.9%) e os JxCat de Puigdemont com 21 (13.6%). Seguem-se a Catalunya em Comú/Podem, com 8 (6,7%), a CUP com 7 (5.9%) e o PP com 6 (5.8%).

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Em comparação com o parlamento anterior, esta sondagem aponta para quedas de 5 deputados no bloco ERC/JxCat/CUP, 5 deputados do PP e 3 deputados da CeC/P. A subir estarão o Ciutadans, com mais dez deputados e o PSC com mais 3. Esta configuração parlamentar ditaria que os deputados da Catalunya em Comú/Podem, que se opuseram à declaração de independência e à aplicação do artigo 155, seriam decisivos para formar uma maioria.

Na sondagem sobre a popularidade dos líderes políticos, é Oriol Junqueras, o líder da ERC, que surge na frente, seguido por Carles Puigdemont e Marta Rovira, que assume o primeiro plano na campanha da ERC devido à prisão de Junqueras, juntamente com os colegas de governo que não partiram para Bruxelas e os dois líderes associativos pró-independência.

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