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Publicada uma nova planta da extinção massiva das plantas

Um estudo publicado na revista científica Nature mostra que, desde 1750, pelo menos 571 espécies de plantas se extinguiram devido à ação humana. O ritmo da extinção massiva é agora 500 vezes mais elevado do que antes da revolução industrial. E os autores advertem que os números estão subestimados.
Cemitério Simbólico com espécies de plantas extintas. Foto de M Silberman/Flickr

O número de plantas extintas que se tinha antes calculado deve ser, no mínimo, multiplicado por quatro. A chamada “lista vermelha” da União da União Internacional para a Conservação da Natureza é agora corrigida por um estudo publicado na revista Nature – Ecology and Evolution.

E são os próprios responsáveis pelo estudo que avançam desde logo que os seus cálculos devem também estar muito subestimados como refere Maria Vorontsova: “é assustador não apenas devido ao número de 571 mas porque penso que está grosseiramente subestimado.” Por várias razões entre as quais: porque há muitas mais plantas em que os últimos espécimes não têm possibilidades de reprodução viável, porque são precisos vários anos para ter a certeza de que uma espécie de plantas foi verdadeiramente extinta ou porque há plantas que podem ter sido entretanto extintas sem que tenham chegado a ser conhecidas, uma vez que os botânicos descobrem cerca de 2 mil espécies a cada ano.

O mapa das extinções de plantas mostra que o Havai detém o recorde dcom 79 extinções, seguido da África do Sul com 37, seguindo-se Austrália, Brasil, Índia e Madagáscar. Apesar de haver regiões estudadas com mais detalhe do que outras.

Os cientistas atribuem estas extinções sobretudo às atividades humanas como a destruição das florestas e concluíram que a localização é um factor mais importante do que o tipo de planta. Nas ilhas pequenas, nos trópicos ou em áreas com um clima mediterrânico, as plantas estão mais em risco.

A extinção das plantas tem tido bastante menos atenção do que a extinção de animais. Para Vorontsova, isso deve-se a uma “cegueira para com as plantas” que faz com que não se tenha o “mesmo nível de consciência” que se tem para com os animais. Já outro dos autores, Nic Lughadha, acrescenta que

“milhões de outras espécies dependem das plantas para a sua sobrevivência, incluindo os humanos”. Por isso, o mapa da extinção das plantas tem uma função adicional: apoiar os programas de conservação dessas espécies que estão a ser implementados.

Emendar Lineu por défice

Este estudo iniciou-se através de uma base de dados compilada a partir de 1988 por Rafaël Govaerts dos Royal Botanic Gardens de Londres. Passava pela construção de uma lista de plantas portadoras de sementes que tinham sido consideradas, por estudos científicos, extintas e revia quais as espécies que, tendo sido consideradas extintas, foram mais tarde redescobertas.

A partir de 2015 Govaerts juntou-se a Aelys Humphreys da Universidade de Estocolmo, entre vários outros para expandir o estudo e poder comparar taxas de extinção em diferentes regiões.

Concluíram que, desde 1900, três espécies de plantas produtoras de sementes desapareceram por ano. E desde o ano de referência de 1753, no qual Lineu publicou o seu compêndio das espécies de plantas, extinguiram-se pelo menos 571 espécies.

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