Protestos no Tibete mancham Congresso do PCC

10 de novembro 2012 - 11:35

Só nesta semana, seis tibetanos imolaram-se em protesto contra a ocupação chinesa do seu país, num protesto dirigido ao 18º Congresso do PC Chinês.

porTomi Mori

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A China tem mantido um forte esquema de segurança para abafar a revolta popular no Tibete.

O palco montado para o grande espetáculo da realização do 18º Congresso do Partido Comunista da China foi manchado de vermelho, não das tintas, mas do sangue dos seis tibetanos que se imolaram nos últimos dias em protesto contra a opressão de Pequim, que mantém o Tibete ocupado desde 1950.

Na terça-feira, cinco tibetanos imolaram-se e nesta quinta-feira mais um, coincidindo com a abertura do congresso do PCC, o que levou às ruas milhares de pessoas em protesto, em Tongren, na província de Qinghai, contra as mortes e também contra a dominação comunista. Desde 2011 já somam 69 o número desse tipo extremo de protesto, onde as pessoas entregam a própria vida de forma heroica para bradar contra o massacre cultural, religioso e social do seu país. Desses 69 manifestantes, na sua grande parte monges budistas, 55 morreram, tanto homens como mulheres.

Desde os protestos de 2008, a China tem mantido um forte esquema de segurança para abafar a revolta popular no Tibete.

O atual regime chinês, uma brutal ditadura sobre os trabalhadores e também sobre as nacionalidades oprimidas, como é o caso do Tibete, tem usado as mais variadas e espúrias táticas para minar a força da luta do povo tibetano. Uma das mais famosas é a imigração de chineses para o Tibete, cujo objetivo principal é desfigurar as características do país.

A questão da opressão do Tibete, bem como da etnia Uigur, será uma das maiores fontes de dores de cabeça para a nova direção chinesa, a ser divulgada nos próximos dias. Soma-se a esta questão a superexploração imperialista sobre os trabalhadores chineses, a poluição ambiental de várias cidades, a corrupção em todas as esferas da sociedade chinesa, em particular no seu escalão mais alto; o roubo das terras para projetos imobiliários e também o ataque aos anciãos cujo futuro, cada dia, é mais incerto.

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Tomi Mori