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Protesto contra a austeridade juntou mais de cem cidades na Europa
Lisboa, Madrid, Barcelona e Frankfurt foram as cidades onde o protesto se ouviu com mais força. Milhares de pessoas saíram às ruas para reclamar o fim da política de austeridade na Europa e da chantagem financeira sobre os cidadãos e exigindo mais democracia contra a ditadura dos mercados. Na cidade que acolhe a sede do Banco Central Europeu, a polícia atacou o cortejo da manifestação, dividindo-o e cercando uma parte dos manifestantes, o que deu origem a controntos e detenções. Uma exceção à regra das mais de cem cidades onde o protesto decorreu de forma pacífica.
Em Portugal, as manifestações juntaram milhares de pessoas em Lisboa e Porto e algumas centenas nas restantes dezoito cidades, com uma presença forte de reformados. A exigência da demissão do Governo foi unânime em todas as localidades onde o protesto ocorreu, quer nas palavras de ordem entoadas pelos manifestantes, quer nas intervenções das assembleias abertas nas concentrações, referindo também o apelo à participação na greve geral de 27 de junho.
Em Lisboa, um grupo de 20 turcos, na maioria estudantes do programa Erasmus, juntou-se à manifestação para expressar solidariedade com as vítimas da repressão policial em Istambul. Também Arménio Carlos, lider da CGTP, associou-se a esta iniciativa internacional de protesto contra a troika e pela demissão do Governo. Uma presença inesperada foi a de Mário Soares, que veio junto à sede do FMI para saudar os manifestantes.
Os coordenadores do Bloco de Esquerda estiveram presentes na manifestação de Lisboa, com Catarina Martins a destacar a dimensão europeia do protesto. "No momento em que na Europa se diz que os velhos não têm lugar e os jovens não têm futuro, é extraordinariamente importante esta responsabilidade cívica de cada um e cada uma, este movimento cidadão intenso em toda a Europa, que resgata as nossas vidas e diz não à destruição da economia e do emprego na Europa", disse a coordenadora bloquista aos jornalistas.
Madrid e Barcelona também juntaram milhares de pessoas nas manifestações "Povos Unidos Contra a Troika", um protesto que teve lugar noutras cidades do Estado espanhol. As críticas desta "Maré Cidadã" aos cortes da austeridade e ao resgate dos bancos juntaram sindicatos, associações e coletivos de luta contra os despejos ou de cidadãos burlados pelos bancos agora resgatados com dinheiros públicos. Em Madrid, os manifestantes cantaram a Grândola Vila Morena junto à representação da Comissão Europeia, uma música também entoada no protesto em Paris, convocado por iniciativa das delegações do Bloco de Esquerda, Syriza e Juventud Sin Futuro em França e apoiado por dezenas de coletivos e associações.
Comentários
Imagino os detentores do
Imagino os detentores do dinheiro a olharem esta manifestação com tranquilidade: afinal são imensas pessoas a querem mais do que eles controlam: dinheiro. Está tudo bem.
E se as pessoas estivessem a defender um sistema complementar ao dinheiro que lhe fizesse alguma competição? já não estariam tão tranquilos, já seria algo mais "interessante".
Imaginam cada cidade organizar uma gestão local de talões ou pontos de valor social? que desse descontos, ou até pagasse por inteiro, alocando trabalho, gerindo pagamentos, promovendo locais que os aceitassem.
Algo inspirado, mas em escala maior, nos Letsystems, e na linha da community-exchange.org ou openmoney.org
Fomos poucos. Desta vez a
Fomos poucos. Desta vez a participação não correspondeu aos múltiplos prejuízos de cada um. Sei que se torna relativamente fácil a critica, quando participamos nas manifestações e não na sua organização. De qualquer forma quer-me parecer que para além de algum adormecimento, houve excessiva confiança dos organizadores. Por outro lado, algumas organizações apoiaram mas com distanciamento. O encontro na aula magna não serviu para nada. Quem está de fora consegue observar a tentativa contínua de haver sempre "alguém" a querer liderar. Até deu para perceber que o Pcp enviou pessoas só para perceber a participação na manif..
Quando ficamos fechados neste
Quando ficamos fechados neste quadradinho plantado à beira-mar, perdemos a noção do restante espaço europeu. Depois, voltamos ao norte europeu aos países onde passámos e, descobrimos que afinal, por muita riqueza, não ficam imunes aos efeitos de crise. Volta da Holanda, e descubro que "austeridade", também é nome em mira para se abater. Os aposentados, desempregados em escala, queda financeira e atraso, são pormenores afogando a sociedade flamenga; que, pelo menos soube julgar responsáveis e fechar bancos inviáveis ao invés de esbanjar dinheiro do erário público. Esta austeridade irritante vai, mas segue com diferentes tipos de combate e, uma das razões dos nórdicos em não quererem mandar mais cifrões, rege-se justamente pela ausência de transparências e a lenta resposta da sociedade civil em clarificar este grosso problema. Por isso as manifes, deviam ocupar cada dia, até esta gente ser mesmo corrida do poder.
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