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“Promover cimeira UE-Índia é legitimar atropelos aos direitos humanos em solo indiano”

Bloco lamenta que o governo português e a União Europeia queiram reforçar a cooperação com o executivo de Narendra Modi, que acusa de promover a “perseguição e violência dirigida a pessoas muçulmanas e outras minorias étnicas”.
Primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Foto da Presidencia de la República Mexicana, Wikimedia.

Em comunicado intitulado “You are not welcome, Modi!”, o Departamento Internacional do Bloco de Esquerda repudia a realização, este sábado, da cimeira UE-Índia, organizada pelo governo português no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia sob o pretexto de “reforçar as relações comerciais entre os dois blocos”.

“A realização deste evento surge num contexto de crescente fascistização da sociedade indiana, uma consequência direta das políticas de ódio empregues pelo primeiro-ministro indiano Narendra Modi e pelo seu partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), cujas origens derivam da organização de extrema-direita Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), apoiante confessa de Adolf Hitler e do nazi-fascismo”, lê-se no documento.

O Bloco lembra ainda que, desde que tomou o poder em maio de 2014, “Narendra Modi não só adotou uma política neoliberal assente em austeridade, privatizações de serviços essenciais públicos e enfraquecimento dos direitos laborais e salariais dos trabalhadores indianos, como também promoveu a ascensão de um ultraconservadorismo islamofóbico que tem originado a pior vaga de violência das últimas décadas”.

“De resto, a perseguição e opressão de minorias religiosas tem sido um marco indispensável do seu histórico político”, continua, sublinhando que a própria crise pandémica tem servido como “pretexto para oprimir e normalizar a violência e o ódio contra migrantes e muçulmanos”.

Neste contexto, o Bloco repudia a realização da cimeira UE-Índia e expressa a sua solidariedade “para com a população indiana oprimida pelas políticas divisionistas e persecutórias de Narendra Modi”.

Para os bloquistas, promover a cimeira UE-Índia sob o pretexto de “reforçar as relações comerciais entre os dois blocos” significa “menosprezar o recrudescimento dos conflitos entre as diferentes comunidades religiosas na Índia e legitimar os atropelos aos direitos humanos que decorrem em solo indiano através da perseguição e violência dirigida a pessoas muçulmanas e outras minorias étnicas com a conivência do governo e das forças policiais”.

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