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Profissionais de saúde apresentam queixa de Bolsonaro por genocídio

Sindicatos e movimentos sociais que representam mais de um milhão de trabalhadores de saúde apresentaram queixa contra o presidente brasileiro por crimes contra a humanidade e genocídio devido à sua atuação face à pandemia.
Jair Bolsonaro no dia em que comunicou que tinha testado negativo à covid-19.
Jair Bolsonaro no dia em que comunicou que tinha testado negativo à covid-19.

No domingo, um grupo de cerca de 50 organizações, entre sindicatos e movimentos sociais, apresentou queixa contra o presidente do Brasil no Tribunal Penal Internacional. Acusam-no de crimes contra a humanidade e genocídio devido à sua gestão da pandemia do novo coronavírus.

As organizações em causa representam mais de um milhão de trabalhadores brasileiro da área da saúde. E esta torna-se assim a quarta denúncia ao TPI de Haia contra Bolsonaro, três por causa da sua atuação face à crise pandémica (uma das quais apresentada em abril pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, outra apresentada em junho pelo Partido Democrático Trabalhista) e uma por genocídio das comunidades indígenas (apresentada pelo Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos e pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, uma entidade de juristas e investigadores que denunciam violações dos direitos humanos).

O texto apresentado nesta última queixa, de 64 páginas, fala em “falhas graves e mortais na condução da pandemia de covid-19". Segundo a Rede Sindical Brasileira UNISaúde, um dos movimentos que formalizou a queixa, Jair Bolsonaro coloca quer os profissionais de saúde quer o conjunto da população por “adotar ações negligentes e irresponsáveis”.

Os profissionais de saúde queixam-se ainda da promoção que Bolsonaro faz à hidroxicloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada, da promoção de aglomerações nas quais surge sem máscara, da atitude "menosprezo, descaso e negacionismo" face à doença, chegando a dizer que “ficar em casa é coisa de cobarde”, para além do "total estrangulamento dos serviços de saúde que se viu sem as mínimas condições de prestar assistência às populações, advindo disso, mortes sem mais controles".

Segundo os signatários, o presidente atua com “dolo” e intenção” “quando adota medidas que ferem os direitos humanos e desprotegem a população, colocando-a em situação de risco em larga escala, especialmente os grupos étnicos vulneráveis".

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