Está aqui

Professores dizem que a proposta do Governo "não permite recuperar nada"

À saída da reunião no Ministério, a plataforma de nove sindicatos diz que a proposta apresentada para corrigir assimetrias nas carreiras dos professores acaba por criar novas desigualdades.
Mário Nogueira e outros dirigentes sindicais após a reunião no Ministério. Imagem Fenprof.

Sindicatos e Ministério da Educação voltaram a reunir na quarta-feira, com este a entregar uma proposta de isentar de vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões para os docentes em funções desde 2005 e afetados pelos dois períodos de congelamento da carreira, bem como a recuperação do tempo em que ficaram a aguardar vaga no 4.º e 6.º escalões a partir do ano de descongelamento, em 2018.

Mas os nove sindicatos reunidos na plataforma dizem que a proposta é insuficiente, pois "querem-se corrigir assimetrias cometendo outras", afirmou Mário Nogueira à saída da reunião. Os sindicatos contestam ainda a proposta do Ministério para que haja uma única reunião negocial, marcada para o dia 5 de abril, pois "não se percebe como é que perante matéria tão complexa" se possa resumir as discussões a uma única reunião. Por outro lado, prosseguiu o líder da Fenprof, "o ministro informou-nos que acabou a mesa negocial única, mas nós queremos que continue a ser assim. Percebemos por que é que se quer dividir, mas nós sentimo-nos bem juntos".

Se o Ministério afirma que a sua proposta vai abranger cerca de 60 mil professores, para Mário Nogueira o número real será bem mais reduzido, pois as medidas aplicam-se a quem entrou para o ensino após 2005 e muitos destes docentes já iriam progredir para os 5º e 7º escalões.

"Aos colegas do 7º, 8º e 9º escalões que poderão recuperar um ano porque já passaram do 7º, estamos a falar de pessoas que estão a perder 10 ou 12 anos de serviço", prosseguiu Mário Nogueira.

Por outro lado, "em relação aos colegas que perderam muito tempo de serviço e já chegaram ao topo da carreira, achamos que podiam dever usar o tempo que não foi recuperado para ou despenalizar a antecipação [da reforma] ou para majorar o valor da pensão que está muito prejudicado pelos anos que não contaram, o Ministério nada diz", acrescentou o sindicalista.

“Aquilo que aqui está a ser proposto não corrige assimetrias, cria novas assimetrias, não recupera o tempo de serviço, nalguns casos mitiga, e aquilo que temos, se for a proposta do Ministério, é algo que não é aceitável”, concluiu Mário Nogueira.

 

Termos relacionados Sociedade
(...)