"O interesse público é a defesa da TAP, uma empresa de bandeira, pública, de estratégia para o país”, avançou o dirigente do Bloco de Esquerda, sublinhando que “não defender o interesse público é privatizar esta empresa, dá-la a um qualquer privado que a vai desmantelar para daqui a poucos anos já não restar nada da TAP".
Lembrando que “o Governo nunca tentou, junto da Comissão Europeia, fazer qualquer abordagem para perceber como poderia haver lugar à capitalização da empresa” e que “o próprio presidente da República já tinha intençãode privatizar a empresa quando estava no executivo”, Pedro Filipe Soares acusou o PSD e o CDS-PP de quererem "privatizar custe o que custar", com uma argumentação "insensata".
Os bloquistas defendem a capitalização da TAP com dinheiros públicos, “sem plano de despedimentos, preparando a empresa para o que esta deve ser: uma companhia de bandeira, estratégica para o país”.
“Se a TAP, com todas as restrições que o Governo lhe tem imposto, tem conseguido sobreviver – e recordo que há 15 anos que dizem que a TAP é insustentável – não é agora, com estas novas mentiras do executivo, que vamos acreditar que o caminho único é o da privatização”, referiu o líder parlamentar bloquista em declarações aos jornalistas no Parlamento.
“Bem pelo contrário, esse é o caminho de destruir quer o interesse público, quer o interesse estratégico da TAP”, acrescentou.
Segundo o dirigente do Bloco de Esquerda, "privatizar a TAP, qualquer que seja o comprador privado é para colocar Portugal na periferia e colocar a TAP a voar baixinho".
"Estamos dispostos a ir até ao fim"
O cineasta António-Pedro Vasconcelos, promotor da Associação Peço a Palavra, avançou ao jornal Público que os advogados já estão a trabalhar na oposição aos argumentos do Governo.
"Estamos dispostos a ir até ao fim", garantiu António-Pedro Vasconcelos, salientando que "serão usados todos os recursos legais para contestar a venda", já que "no plano político pouco se pode fazer, apesar da legitimidade duvidosa do Governo, e no plano da opinião pública continua a haver uma total indiferença do Governo".