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“Prioridade do SNS deve ser a vinculação e contratação de médicos em vez de prestadores de serviços”

Catarina Martins visitou esta quarta-feira o hospital de Évora e sublinhou que os 120 milhões gastos em empresas de prestação de serviços davam para contratar 3.000 médicos que o SNS precisa.
Catarina Martins e Moisés Ferreira visitaram o hospital de Évora. Foto esquerda.net

Durante a visita ao hospital de Évora, Catarina Martins sublinhou o problema da falta de médicos nos hospitais públicos, que provoca “enorme desgaste das equipas” que prestam cuidados de saúde, tendo em conta que muitos desses profissionais “são médicos que estão acima dos 50, 55 anos”.

“Temos um problema grande de equipas de especialistas disponíveis no hospital e para servir toda a região: por exemplo, a equipa de neonatologia só existe no Alentejo neste hospital”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda, defendendo que “há uma opção clara que deve ser feita: privilegiar a vinculação e a contratação de médicos para o SNS em detrimento da contratação de prestadores de serviços, que fica muito mais cara a todos nós e presta muito pior serviço aos hospitais”.

“O Ministério da Saúde está a jogar contra si próprio quando recorre à contratação de empresas prestadores de serviços médicos em vez de vincular médicos nos seus hospitais. Os 120 milhões de euros gastos em empresas de prestação de serviços podiam ter servido já para contratar 3.000 médicos para o Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou a coordenadora bloquista.

Outro problema destacado nesta visita foi o da autonomia dos hospitais, que Catarina defende que possam “contratar sem passar pelas lentas autorizações do Ministério das Finanças, quando uma enfermeira está de licença de maternidade ou um médico se ausenta por qualquer razão”. Os atuais obstáculos a estas substituições “provocam um enorme desgaste em todas as equipas”, acrescentou, recordando que o parlamento aprovou, por proposta do Bloco de Esquerda, que possa existir essa autonomia. “Isso tem de ser implementado”, defendeu.

Um tema incontornável foi também o das condições físicas do hospital de Évora, que funciona num edifício que tem mais de 500 anos. “O novo hospital não está prometido há 500 anos, mas para quem aqui vive até parece… É necessário que as autorizações para abertura de concurso internacional sejam assinadas o quanto antes. Nós precisamos que a obra se inicie no espaço desta legislatura. Ninguém compreenderia que não fosse possível com a atual maioria lançar o concurso e iniciar a obra”, concluiu Catarina, sem esquecer a necessidade de obras nas atuais instalações, uma vez que o novo hospital não abrirá portas antes de 2023.

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