Está aqui
Prestar contas? Juan Carlos responde com gargalhada
Dois anos depois de ter fugido para Abu Dhabi, o antigo monarca espanhol Juan Carlos I voltou ao país este fim de semana já sem se arriscar a ser detido, na sequência da decisão da justiça espanhola que o isentou de responder por crimes de fraude fiscal e corrupção por causa do seu estatuto de inviolabilidade.
Questionado por jornalistas à saída da casa de um amigo onde passou os primeiros dias do regresso a Espanha, no município de Sansenxo, perto de Pontevedra, à pergunta sobre se iria dar explicações sobre os escândalos em que está envolvido, Juan Carlos respondeu: “Explicações de quê?” e deu uma gargalhada.
“O Borbón foragido não é bem-vindo à Galiza”
Esta segunda-feira teve lugar o reencontro com o seu filho e atual monarca. Felipe VI não incluiu o encontro na sua agenda oficial, classificando-o como “um encontro familiar no âmbito privado”. Juan Carlos deve regressar a Abu Dhabi ao final do dia.
O regresso de Juan Carlos ficou marcado por vários protestos, Em Madrid, centenas de pessoas mostraram a sua indignação pela forma como o monarca foi recebido com aplausos ao assistir a uma regata na Galiza, em vez de pedir desculpa pelos crimes que cometeu. Mas também em Sanxenxo houve uma concentração convocada pelo Bloco Nacionalista Galego contra a monarquia e a corrupção institucionalizada. Para o deputado galego Nestor Rego, foi “um ato simbólico para deixar claro que do nosso ponto de vista o Borbón foragido não é bem-vindo à Galiza, pois representa todos os valores que repudiamos”.
No início de março, a Procuradoria do Tribunal Supremo espanhol anunciou o arquivamento (link is external) das três investigações em curso há dois anos sobre os negócios de Juan Carlos I, como o recebimento de comissões pela adjudicação da obra do comboio de alta velocidade saudita entre Medina e Meca a empresas espanholas, o recurso a cartões de crédito de origem desconhecida e a conta offshore com 10 milhões de euros na ilha de Jersey. Segundo a decisão judicial, alguns crimes já estariam prescritos, enquanto outros colidiam com o estatuto de inviolabilidade do monarca, o que impediria uma acusação.
Adicionar novo comentário