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Presidente da Câmara de Salonica ferido por militantes de extrema direita

O presidente da câmara de Salonica, na Grécia, deu entrada no hospital após ter sido ferido por manifestantes de extrema direita. Este ataque surge na sequência de um aumento da violência relacionada com grupos de extrema direita.
Presidente da Câmara de Thessaloniki ferido por militantes de extrema direita
Foto via XHSwahili/Twitter.

Yiannis Boutaris, presidente da segunda maior cidade da Grécia, estava presente numa iniciativa de homenagem aos gregos mortos no final da Primeira Guerra Mundial quando  foi vítima de um ataque por parte de manifestantes de extrema direita. Este acontecimento, conhecido pela expressão controversa de “Genocídio Grego” é celebrado anualmente por grupos e partidos de direita e extrema direita. 

O presidente da câmara de Salonica, de 75 anos, sofreu ferimentos na cabeça, costas e pernas ao ser atacado com garrafas e pontapeado em todo o corpo. Este ataque surge na sequência de mais um aumento da violência praticada por grupos de extrema direita na Grécia. 

“Um grupo de pessoas começou a gritar com ele devido às suas opiniões sobre a Macedónia, a comunidade LGBT, a Turquia e os clubes de futebol [nacionalistas], disse Kostas Tsakalidis à Al Jazeera. A testemunha do ataque, um fotojornalismo da cidade, afirmou ainda ter visto vários dos atacantes em “manifestações de extrema direita” nos últimos meses. 

“Alguns estavam a gritar sobre judeus, porque ele teve uma ligação de proximidade com a comunidade judaica ao longo dos anos”, disse. Tsakalidis afirmou ainda que, embora agentes da polícia estivessem perto do local do ataque, “nenhum deles interveio” para parar a violência. 

O partido fascista Aurora Dourada, que conta atualmente com 16 lugares no Parlamento grego, acusou o presidente da câmara de Salonica de ter “manchado” as comemorações. Em comunicado, o partido de extrema direita qualificou os ataques como sendo um exemplo de “revolta popular” e acusa Boutaris de ser um apoiante da Turquia, numa altura em que aumentam as tensões entre os dois países. Yiannis Boutaris já tinha sido acusado por pessoas próximas da Aurora Dourada de ser um “escravo dos judeus”. 

A Grécia tem observado um novo aumento de ataques de extrema direita e com motivações xenófobas. Recentemente foram notícia ataques violentos contra refugiados e trabalhadores migrantes, bem como a destruição de túmulos na secção judaica do principal cemitério de Atenas. Em janeiro, vários grupos muçulmanos receberam ameaças de morte e os relatórios da polícia grega reportam o duplicar do número de crimes de ódio, passando dos 84 registados em 2016 para 184 em 2017.

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