Presidenciais na Polónia: Duda obrigado a disputar segunda volta

29 de junho 2020 - 11:46

O atual presidente polaco Andrzej Duda não evitou uma segunda volta das presidenciais contra o autarca de Varsóvia, Rafal Trzaskowski. Duda deverá contar com o apoio da extrema-direita na segunda volta.

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Duda - Polónia
Foto de Radek Pietruszka | PAP

Com 99.8% dos votos contados, Duda obteve 43,7% dos votos e Trzaskowski  30,3%. O resultado final será confirmado até quarta-feira e a segunda volta, caso se efetive, será no dia 12 de julho. 

Caso se confirme a vitória de Duda, do partido da direita reacionária Lei e Justiça, (PiS) serão mais cinco anos o que vai representar o seu segundo mandato como Presidente da Polónia. As sondagens realizadas na semana passada indicaram que Duda poderia ter mais dificuldades em ganhar a segunda volta, já que a maioria da oposição pode-se unir para o vencer. Mas para isso,  Trzaskowski, da liberal-conservadora Plataforma Cívica (PO) precisará de conquistar os abstencionistas.

O terceiro candidato mais votado foi Szymon Holownia, um jornalista, apresentador de televisão e sem qualquer filiação partidária, que conquistou 13,3%. A maioria dos apoiantes de Holownia já se posicionou a favor de Trzaskowski na segunda volta.

O candidato de extrema-direita do Movimento Nacional (RN), Krzysztof Bosak, obteve 6,8%.Com uma fraca votação, vieram depois Wladyslaw Kosniak-Kamysz, do agrário Partido Popular Polaco (PSL, 2,4%), de centro-direita, e Robert Biedroń, da Primavera (W, 2,2%), formação do centro-esquerda.

A campanha para as presidenciais passou por um processo conturbado ao terem sido adiadas, estava previsto que fossem realizadas no dia 10 de maio, por causa de dúvidas constitucionais. 

De acordo com a EFE e em declarações a uma rádio local, Duda afirmou que “este é o resultado que esperava" e continua a piscar o olho ao eleitorado de extrema-direita para a segunda volta, com quem o disputa com o candidato Bosak. "Queremos que a família seja respeitada na Polónia, que tenha uma forma tradicional, que ninguém nos possa privar destes valores", disse Duda, acusando Trzaskowski de tentar introduzir direitos civis para a comunidade LGBT.