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"Precisamos de uma legislação laboral mais forte"

Numa entrevista à RTP1 esta sexta-feira, Catarina Martins afirmou que “um Bloco mais forte – com uma bancada reforçada – terá mais poder negocial para os avanços de que o país precisa” e lembra que “há coisas que não aconteceram porque o Bloco não tinha força suficiente”.

A pouco mais de uma semana das eleições legislativas, Catarina Martins afirmou, em entrevista em direto, que “não é verdade que o Bloco tenha resistido à atual solução governativa”. Referindo que “o PS tem vontade de ter uma maioria absoluta”, questionou se “para o país, essa maioria absoluta tem vantagens”. “É apresentada como a solução da estabilidade. Mas o que dá estabilidade às pessoas – a maioria absoluta ou os salários e as pensões?”, perguntou a coordenadora do Bloco, lembrando que “o programa do PS previa explicitamente congelar as pensões, diminuir a contribuição das empresas para a segurança social” e que “conseguimos descongelar as pensões e até fazer aumentos extraordinários das pensões mais baixas e hoje ter uma segurança social mais forte porque houve acordo à esquerda”.

Assim, a coordenadora do Bloco lembrou alguns dos avanços conseguidos com o acordo à esquerda, tais como “o aumento do salário mínimo, o que foi feito para manuais escolares gratuitos e as soluções dos transportes”. “Quem vota no Bloco vota em nome do investimento”, afirmou, sublinhando ainda que “o país tem excedente e falta quase tudo nos transportes públicos e no SNS”. “Demos 25 mil milhões de euros à banca em 10 anos e não temos investido no território, que precisa de coesão”, lembrou.

No seu entender, “votar no Bloco é votar nesse investimento que protege o país”, assim como “no combate à precariedade”. “A força do Bloco será usada para melhorar as condições de vida neste país”, garante a coordenadora do partido, que afirma ainda que o partido “não falta a construir soluções que melhorem salários, pensões, o SNS”.

Perante um novo cenário, em que os votos de 2019 desenharão uma nova solução política e é necessário saber qual é a força de cada um dos programas para que essa solução seja desenhada, Catarina Martins afirma que “um Bloco mais forte – com uma bancada reforçada – terá mais poder negocial para os avanços de que o país precisa” e lembra que “há coisas que não aconteceram porque o Bloco não tinha força suficiente”.

As “contas certas” passam, no seu entender, por “perceber de que é que o país precisa e se temos capacidade, possibilidade, de responder a essas necessidades”. A coordenadora do Bloco lembrou que a despesa com o SNS aumentou durante os últimos quatro anos. “E ainda bem”, afirmou, acrescentando que “a direita tinha cortado mil milhões de euros na saúde” e que, mesmo com este aumento, o SNS “continua a ter muito menos do que o que precisava”. Neste sentido, a ideia de Mário Centeno de executar este ano menos 1500 milhões de euros do que o aprovado no Orçamento do Estado “não é uma conta certa”, já que “os 1500 milhões que Mário Centeno não quer investir – e diz que com isso teremos excedente e orgulha-se – são o que falta no SNS e nos transportes”. “Contas certas é fazer aquilo com que nos comprometemos”, afirmou. “Se nos comprometemos com esse investimento, se há condições para o fazer, porque é que agora não fazemos todo o investimento devido no SNS ou nos transportes, que tanto precisam?”, perguntou.

A coordenadora do Bloco lembrou ainda que “puxar pelos salários não é uma despesa do OE, é um equilíbrio da nossa economia”, referindo-se às disparidades salariais e insistindo na necessidade de se criar “uma legislação laboral mais forte”, já que “sem ela, os salários no privado não aumentam, porque não aumentam por ordem do OE, mas pela legislação laboral”.

Veja aqui a entrevista completa:

 

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