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PP e PSOE aliam-se para suspender autonomia da Catalunha

Rajoy e Pedro Sánchez acordaram também na marcação de eleições autonómicas catalãs para janeiro. O presidente catalão, Puigdemont, e a CUP ameaçam com declaração da independência. Pablo Iglesias critica acordo PP/PSOE e declara: “Queremos derrotar o projeto dos independentistas, mas não pela força”.
Rajoy e Sánchez, líderes do PP e do PSOE, aliam-se para suspender a autonomia da Catalunha
Rajoy e Sánchez, líderes do PP e do PSOE, aliam-se para suspender a autonomia da Catalunha

PP e PSOE acordam suspensão da autonomia catalã

Mariano Rajoy e Pedro Sánchez, líderes do PP e do PSOE, chegaram a acordo para a aprovação e aplicação do artigo 155 da Constituição à Catalunha. O artigo suspende a autonomia e nunca foi aplicado. Simultaneamente, os dois partidos acordaram na marcação de eleições para janeiro. A votação será no Senado de Espanha na próxima sexta-feira, 27 de outubro de 2017.

O Conselho de Ministros de Espanha aprovará neste sábado, 21 de outubro de 2017, um pacote de medidas para aplicar à Catalunha o artigo 155. O Senado espanhol reunirá a seguir ao Conselho de Ministros para marcar as reuniões que debaterão e aprovarão as medidas propostas pelo governo do PP e que, em princípio, terão o apoio do PSOE e, provavelmente, também do partido Ciudadanos.

Segundo eldiario.es, com a suspensão da autonomia, o governo de Madrid deverá assumir as competências de convocar eleições autonómicas, aumentar o controle financeiro sobre o governo catalão e pôr sob a tutela do ministério das Finanças espanhol a recolha dos impostos autonómicos, assumir algumas competências no ministério da Educação (para garantir a votação em escolas nas eleições autonómicas) e pôr a polícia autonómica (os Mossos d'Esquadra) sob o controlo do ministério do Interior madrileno. O PSOE terá rejeitado a nomeação de um governo para a Catalunha por parte do poder central, que teria sido proposto pelo PP, segundo o site.

O acordo estabelecido entre PP e PSOE internacionalmente é apoiado pela Comissão Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou antes da reunião do Conselho Europeu, realizada nesta quinta-feira e em que participou Rajoy, “será um conselho marcado por uma mensagem de unidade sobre os riscos que enfrentam os Estados membros e de unidade em torno de Espanha”.

O presidente da Comissão Europeia recusou mediar o conflito, como o presidente catalão Carles Puigdemont propôs, e declarou: “Não quero uma União Europeia que dentro de 15 anos seja constituída por 90 países, seria impossível”. A posição do governo do PP é ainda apoiada pela primeira-ministra do Reino Unido, que considera que a independência da Catalunha não tem base legal. Esta posição é também partilhada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Governo catalão e CUP declararão a independência

O Governo catalão, o JxSí e o partido CUP responderão às decisões e medidas tomadas pelo governo espanhol de Mariano Rajoy, nomeadamente a aplicação do artigo 155, com a declaração de independência. A declaração será votada, mas o modelo da decisão será tomado de acordo com a evolução da situação e do caminho trilhado por Rajoy.

Face ao acordo estabelecido entre PP e PSOE e a ameaça da suspensão da autonomia, o governo catalão pode declarar a independência ou antecipar a convocação de eleições autonómicas.

Queremos derrotar o projeto dos independentistas, mas não pela força”

Em intervenção no Congresso de Espanha nesta quinta-feira, 19 de outubro de 2017, Pablo Iglesias criticou Mariano Rajoy e Carles Puigdemont. O líder do Podemos manifestou o seu desacordo com a carta de Puigdemont, que “ameaça com a independência unilateral” e com o primeiro-ministro por querer aplicar o artigo 155, “deita mais lenha na fogueira”, disse.

“Não vêm soluções nem da parte do governo, nem da Generalitat”, sublinhou Iglesias, defendendo que “a solução passa por um diálogo concreto” e por um referendo acordado, que “defendemos há anos”.

“Queremos derrotar o projeto dos independentistas, mas não pela força”, declarou o dirigente de Unidos Podemos, que criticou também o PSOE. “Não entendemos que o PSOE apoie uma extrema-direita corrupta”, disse Iglesias.

Pablo Echenique, dirigente nacional do Podemos, lembrou no twitter a promessa de que nunca apoiaria a aplicação do artigo 155 na Catalunha.

A posição defendida por Pablo Iglesias é também assumida pela presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, que escreveu no seu twitter:

“Há uma Espanha que não é o PP, que quer dialogar e convenr, não impor. Obrigado Pablo Iglesias”.

 

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