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“Portugal precisa de água, tem de a proteger"

A coordenadora do Bloco de Esquerda foi, neste domingo 30 de outubro de 2017, ao Alentejo para visitar um amendoal intensivo com 3.000 hectares, onde a multinacional espanhola De Prado SA destruiu uma ponte romana e dezenas de sítios arqueológicos. O arqueólogo Cláudio Torres acompanhou a dirigente bloquista na visita à herdade, no concelho de Beja.
"Num momento em que se fala da necessidade de um melhor ordenamento do território, é também o momento, num ano de seca, para se pensar que é preciso novas regras para o ordenamento dos nossos recursos hídricos, porque Portugal precisa de água, tem de a proteger, tem de a saber usar", afirmou Catarina Martins aos jornalistas, após a visita, segundo a Lusa.
A coordenadora do Bloco lembrou que "a água do Alqueva foi muita desejada pelo Alentejo pelas melhores razões, porque é preciso água para haver agricultura, emprego, desenvolvimento”. Porém, “o que estamos a assistir é que o terreno está todo a ser ocupado, nomeadamente o melhor terreno agrícola, por culturas intensivas", lamentou a dirigente bloquista.
"As monoculturas intensivas têm sido a prática no Alentejo com o Alqueva, porque existe água, mas devem-nos levantar muitas questões", destacou Catarina Martins, frisando que as culturas intensivas "não criam emprego propriamente na região, não têm depois valor acrescentado, uma vez que o que é produzido aqui sai imediatamente antes da transformação e, portanto, não há aqui criação de valor, de emprego, e têm tido danos a vários níveis, ambientais desde logo".
Salientando que estamos num ano de “tremenda seca”, em que a a água falta em quase todo o país, a coordenadora bloquista apontou que é preciso “proteger a água que temos", nomeadamente "da poluição", que as monoculturas intensivas são "um perigo para as nossas águas" e que "temos também de ser racionais na forma como a água é utilizada em Portugal".
Sobre a herdade visitada, Catarina Martins criticou a multinacional pela plantação intensiva de amendoeiras, sem "o mínimo respeito pela história" e "sem olhar a nenhuma regra, desde logo sem sequer olhar para o Plano Diretor Municipal de Beja", onde estavam identificados os sítios arqueológicos existentes na zona.
Catarina Martins criticou também o facto de os fertilizantes da plantação irem para uma barragem, e portanto para “todo o circuito da água", e alertou que há "um consumo da água que é feito sem o necessário controlo num ano em que há seca em Portugal".
A coordenadora do Bloco apontou ainda que este caso revela "uma enorme fragilidade do Estado", porque a multinacional destruiu vestígios arqueológicos e não cumpriu regras sociais e ambientais.
"O território tem de ser uma prioridade", o que "exige que o Estado esteja presente e que vigie o que está a acontecer no nosso território, com a nossa agricultura, com os nossos solos, com a nossa água e também com o nosso património cultural", concluiu Catarina Martins.
Comentários
Claro...tinha de ser. Tinha
Claro...tinha de ser. Tinha de aparecer um indivíduo "cientista" do influente e poderoso lobby dos arqueólogos.
Gostava que me explicassem o que é isso de um amendoal "intensivo". Deve ser algo de muito e muito parecido aos inúmeros olivais "intensivos" que felizmente se têm plantado ultimamente pelo Alentejo, e que tanto têm contribuído para o aumento da produção de azeite português.
Como se cria riqueza, o bloco esquerdista está contra. Causa estragos à sua estratégia do "quanto pior melhor". Nada a estranhar portanto...
Mais desgraças virão
Depois dos incêndios, virão as cheias, as tempestades, o temporal que vai fazer muitos mais estragos e talvez mais vítimas mortais, a seca extrema está aí, por agora, e, ou vai continuar, ou como eu disse, vem a chuva toda junta para arrasar tudo; pronto, mais um motivo para a oposição de direita culpar este governo, mais uma moção de censura, mais farpas do PR. Pois eles estão ansiosos pelo poder, e todas as desgraças serão um motivo para eles enxovalharem este governo. Bem, pode ser que depois eles, se alcançarem o céu do poder, façam todos os milagres que este governo não pode fazer, por castigo de deus e de todos os demónios que o traíram. Não há dúvida de que, quando o PSD e CDS estavam no governo; Portugal era um paraíso, sem tragédias, ninguém morria, ninguém roubava, a economia estava um colosso, não havia pobreza nenhuma, nem desempregados, e a dívida baixou até zero euros e tudo, estava tudo bem em Portugal no tempo do governo PSD e CDS. E há povinho que até deve pensar que tudo isto foi verdade; pois, com um povo tão ignorante é provável que sim. É só ver como o povo está feliz com um presidente da República que parece uma barata tonta a rodopiar e a lamber tudo o que encontra pelo caminho.
Melhor que dizer que está mal
Melhor que dizer que está mal é fazer propostas concretas para fazer melhor!
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