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“Portugal não tem peso político nas decisões do clima”, diz cientista portuguesa do IPCC
Joana Portugal Pereira é professora no Imperial College em Londres, coordena o grupo de trabalho dedicado à mitigação das alterações climáticas do IPCC e foi entrevistada pelo jornal “Público”.
Na entrevista, a cientista declara: “Infelizmente, Portugal não tem peso político nas decisões do clima. Está muito mal representado no IPCC”. “Isso é uma coisa que eu gostaria muito que viesse a mudar” sublinha a cientista, referindo que “a tutela do IPCC e do clima é coordenada pelo Ministério do Mar através do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera]”.
“Portugal nunca envia nomeações de autores para o IPCC e as pessoas só podem ser seleccionadas para fazerem parte destes relatórios quando são nomeadas. Não há representantes portugueses no bureau do painel [o órgão de gestão do IPCC] e nas negociações a que eu assisti nunca vi delegações portuguesas”, critica Joana Portugal Pereira.
A cientista do clima considera que em Portugal “há vontade política” em relação às alterações climáticas, que “a população está muito alerta para estas questões”, mas que “falta coordenação dos quadros técnicos”.
A nível global, Joana Portugal Pereira acredita que “90% da população esteja ciente da urgência” climática mas que “a máquina política é muito lenta” e destaca que “ainda não estamos a agir de acordo com o que é necessário”.
Sobre o que é preciso fazer, a cientista considera que “o relatório dos 1,5 graus diz-nos que é preciso agir em todas as frentes” e aponta que é necessário “implementar as medidas muito rápido e a uma escala sem precedentes”.
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