As estatísticas produzidas pelo Eurostat, que abrangem as empresas com mais de 10 trabalhadores, têm em conta não só os salários como também as contribuições que os empregadores são obrigados a fazer para a Segurança Social, sendo que esse valor é depois dividido pelas horas trabalhadas.
Em 2011, a média do custo por hora de trabalho em Portugal fixou-se nos 12,10 euros, contra os 23,10 euros da União Europeia (UE) e os 27,60 euros da Zona Euro.
No que respeita à Zona Euro, apenas três países têm menores custos médios por hora de trabalho: Estónia (8,1 euros), Eslováquia (8,4) e Malta (11,9).
Entre os países da UE27, os países com melhor média são a Bélgica (39,30 euros), Suécia (39,10) e Dinamarca (38,60), enquanto os valores mais baixos foram registados na Bulgária (3,50 euros), Roménia (4,20) e Lituânia (5,50).
Ainda que Portugal seja um dos países com salários mais reduzidos e ocupe o quarto lugar da tabela dos países da UE27 onde se trabalha um maior número de horas, ocupando a Grécia e a Áustria o primeiro lugar, segundo dados divulgados pelo Eurostat em 9 de dezembro de 2011, e ainda que esteja demonstrado que não existe correlação direta entre o número de horas trabalhadas e a competitividade do país (ler artigo Quem trabalha mais na Europa), o primeiro ministro português continua a defender a diminuição do custo unitário do trabalho, mediante a redução salarial, e o aumento da carga horária imposta aos trabalhadores.
"Se queremos ganhar competitividade, temos entre outros custos de contexto de atender também ao custo unitário do trabalho e, portanto, à moderação salarial”, defende Pedro Passos Coelho.