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Porto: Obra Diocesana encerra quatro centros ATL
Um comunicado da Obra Diocesana de Promoção Social do Porto apanhou de surpresa os responsáveis pelas 142 crianças que frequentam os centros de atividades de tempos livres (CATL) do Lagarteiro, Regado, Fonte da Moura e S. Roque. A partir de 1 de setembro, estes equipamentos estão encerrados.
“Como estratégia de superação das dificuldades financeiras, importa urgentemente reestruturar financeiramente a Instituição e as suas respostas sociais, de forma a assegurar a sua sustentabilidade futura”, referiu a instituição, em declarações ao Jornal de Notícias.
"Afirmar agora - precisamente no momento que estamos a viver - que apoiar os mais carenciados não é sustentável, não só é estranho como inaceitável", afirma Sérgio Aires.
O candidato considera que “o défice de exploração destes CATL é difícil de entender” recordando que “estas respostas são financiadas pela Segurança Social, funcionam em instalações cedidas pelas Câmara Municipal” e os responsáveis pelas crianças, na sua maioria “pagam mensalidades significativas, numa média de 50 euros”.
“Porque é que a Obra Diocesana não alertou a comunidade para este problema e não dialogou com os pais ao invés de agir à queima-roupa não deixando quase espaço para soluções?” questiona o candidato, demonstrando também preocupação com a situação dos trabalhadores, sobre a qual “nada se sabe”.
“Esta situação dá-nos bem a ideia de quão preocupante é colocar a proteção social nas mãos de entidades que se mostram incapazes de a suportar” e demonstra “a fragilidade de deixar as respostas sociais a mercê da beneficência”.
"Esta atuação por parte da Obra Diocesana, de aparente insensibilidade, ausência de diálogo, e de tomada de decisões unilaterais sem alternativa não é uma novidade", refere Sérgio Aires recordando a venda da ilha da Oliveira, efetuada também pela Diocese do Porto.
Entretanto, a Câmara do Porto manifestou à Diocese do Porto e à Segurança Social disponibilidade para assumir estes quatro CATL, pelo período de um ano.
A este propósito, Sérgio Aires considera que é necessário conhecer “o parecer da Segurança Social”, bem como “o que acontece daqui por um ano”, quando a Câmara cessar este serviço. “Não deveria a autarquia, no âmbito da transferência de competências, assumir em definitivo estas respostas?” conclui o candidato independente do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal do Porto.
Notícia atualizada às 23h40.
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