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População de Boticas em luta contra mina de lítio a céu aberto

Habitantes de Covas de Barroso, freguesia do concelho de Boticas, criaram uma associação e petição para impedir o projeto de criação de uma mina de lítio a céu aberto perto das suas habitações.
População de Boticas une-se contra mina de lítio
Petição conta até ao momento com mais de 2 700 subscrições.

A população residente e os emigrantes oriundos de Covas de Barroso, no concelho de Boticas, criaram uma associação com o objetivo de travar o projeto de uma mina de lítio a céu aberto previsto para esta freguesia.

Com o nome Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), a associação tem por objetivo criar informação e alerta e lutar contra a abertura da mina do Barroso. 

Estão a ser feitas prospeções por parte da Slipstream Resources, sediada em Braga e subsidiária da empresa australiana Savannah Resources.

Jessica da Cruz, membro da UDCB, queixou-se à agência Lusa da falta de informação em relação ao projeto e referiu que as prospeções “continuam a realizar-se em terrenos particulares e nos baldios” e “aproveitando o desconhecimento dos residentes”.

Os associados criaram uma petição que pretendem levar até à Assembleia da República. O documento conta até ao momento com 2 793 subscrições. 

A mina de lítio vai estender-se por uma área que foi distinguida recentemente como Património Agrícola Mundial e as suas futuras instalações implementar-se-ão perto das habitações da freguesia de Covas do Barroso.

Jessica da Cruz referiu ainda que a “área de prospeção concedida vai aumentando, tal como as preocupações da população, que ficou totalmente aquém das decisões e que não beneficiou das informações necessárias sobre o projeto e os riscos para a sua saúde, para o ambiente e para os recursos naturais utilizados por todos”.

Os habitantes pretendem lutar pela “continuação da existência do único Património Agrícola Mundial português e o respeito pelos ecossistemas em que a mina se irá inserir” e temem que “com a exploração da mina, se verifique “uma destruição da paisagem e do património arquitetónico, devido às explosões, do habitat de espécies ameaçadas, como o lobo ibérico ou o mexilhão-de-rio, a criação de uma cratera de centenas de metros de profundidade na rocha que nunca poderá ser recuperada”.

Os membros da associação alertam ainda para a possibilidade de “poluição das águas dos rios para o tratamento do lítio, a secagem e poluição do solo, a poluição do ar devido composto de sílica presente na rocha, a deterioração da saúde e a desvalorização da região agrícola”.

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