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Polónia: "Marcha pela Liberdade" agrega milhares de manifestantes contra o governo

Em causa estão uma série de leis que diferentes movimentos consideram anti-democráticas, nomeadamente o controlo sobre o Tribunal Constitucional. 

Milhares de cidadãos polacos manifestaram-se ontem na capital, Varsóvia, contra o PiS - partido Lei e Justiça - que lidera o governo conservador desde as eleições de 2015.  

Em causa estão uma série de leis que diferentes movimentos consideram anti-democráticas. A “Marcha pela Liberdade” alega que o líder do PiS, Jaroslaw Kacynzki, degradou a independência dos tribunais e outras instituições de tal forma que, se fosse hoje, não seria aceite na União Europeia ou na NATO por não cumprir os requisitos de admissão. 

“Não deixaremos que Kaczynski nos afaste da Europa. Junto defenderemos a liberdade”, disse Jacek Jaskowiak, presidente da câmara de Poznan. 

A iniciativa foi organizada pela oposição liberal liderada pelo PO - Plataforma Cívica, bem como outros partidos e movimentos como o Comité para a Defesa ad Democracia. 

Em concreto, o PO pretende que o governo anule as limitações impostas à ação do Tribunal Constitucional bem como impedir a nomeação direta de diretores da estação pública de televisão e rádio. 

Estimativas da organização apontam para 90 mil participantes, metade do que se observou nas manifestações de maio de 2016. 

O atual governo do PiS, liderado por Beata Szydlo, foi eleito depois de uma campanha particularmente marcada pelo medo anti-refugiados, explorado pelo presidente do partido com declarações xenófobas onde os refugiados eram acusados de trazer “cólera para as ilhas gregas, disenteria para Viena, e vários tipos de parasitas”. 

A transformação do estado de direito num estado autoritário conservador parece ser o objetivo de um referendo constitucional que o Presidente, Andrzej Duda, próximo do PiS, pretende lançar em 2018. 

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