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Políticas culturais para Braga em debate no Desobedoc

“Braga, capital de quê? Cultura, espaços e seus agentes” foi o mote do debate integrado no Desobedoc (mostra de cinema documental), que chegou pela primeira vez a Braga no passado fim-de-semana, promovido pelo Bloco de Esquerda em parceria com a Associação Transform.

O debate pretendeu abrir a discussão sobre que é a cultura em Braga, cidade que quer ser capital europeia da cultura, e contou com a presença de Alexandre Pinto, da Rádio Mosca, António Rafael, dos Mão Morta, de Helena Carneiro, do Produções Ilimitadas fora D’Horas, de Luís Tarroso Gomes, do Movimento S. Geraldo Cultural, de Maria Manuel Oliveira, arquiteta e docente universitária, e de Cláudia Leite, do Theatro Circo.

Para Maria Manuel Oliveira, a cultura está presa num certo dogmatismo e está encapsulada, quando, na sua opinião, deveria refletir-se na cidade e no quotidiano das pessoas. No seu entender, o S. Geraldo pode ter um papel importante de dinamização cultural, num espaço aberto aos artistas e associações do concelho.

Cláudia Leite referiu a importância de existir uma estratégia na qual as pessoas se revejam.  Reconhecendo que há falta de espaços de exibição e de criação, assegura que, para o S. Geraldo, estão a ser pensadas formas flexíveis e abertas de dinamização cultural.

De acordo com Luís Tarroso Gomes, é importante apoiar a produção cultural local, uma vez que, não havendo espaços para produzir, as formações saem de Braga.

Já Helena Carneiro assinalou que em Braga não se sentem as dinâmicas artísticas e culturais. No seu entender, não há palcos para dar visibilidade, sendo que bastaria que o Theatro Circo abrisse o espaço e desse apoio logístico.

Do lado do público, Alexandra Vieira, deputada municipal do Bloco de Esquerda, reconheceu que há condições suficientes em Braga para a dinamização cultural, como o S. Geraldo e a Confiança. Por fim, lançou o desafio ao Theatro Circo, entidade que está a projetar o S. Geraldo, no sentido de auscultar os agentes culturais sobre o que pode ser um espaço cultural como o S. Geraldo, tendo como referência experiências coletivas desenvolvidas noutras cidades.

A mostra de cinema insubmisso chegou a Braga após cindo anos de existência. Durante dois dias foram exibidos 15 filmes, alguns premiados e uma antestreia nacional, “Luz Obscura”, de Susana de Sousa Dias.

A cada sessão seguiram-se debates e ainda houve dois concertos com artistas bracarenses. A Coordenadora Concelhia do Bloco considerou a iniciativa como uma pedra no charco no panorama cultural de Braga, e destacou que a participação de centenas de pessoas revela a necessidade da dinamização da oferta cultural no concelho.

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