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Podemos critica PSOE por querer “governo de partido único”

A quinta reunião entre Pedro Sánchez e Pablo Iglesias desde as eleições terminou novamente sem acordo. Novas eleições são cenário cada vez mais provável.
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias.
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias antes da reunião desta terça-feira. Foto Podemos/Twitter

A investidura do governo liderado por Pedro Sánchez continua adiada por falta de acordo político à esquerda. Segundo a imprensa espanhola, os socialistas não querem dirigentes do Podemos sentados à mesa do Conselho de Ministros, sugerindo em alternativa que indiquem figuras independentes reconhecidas do seu campo político. Depois de uma campanha eleitoral em que assumiu a vontade de governar em coligação com os socialistas, Pablo Iglesias não aceita dar apoio a Sánchez sem que isso se traduza na entrada do Podemos no futuro governo.

“Sánchez transmitiu-nos que vai levar o país a eleições se não tiver apoio para a investidura este mês. Constatamos que não quer negociar e que tenta impor um governo de partido único”, afirmou uma fonte da direção do Podemos ao Publico.es.

Caso falhe a maioria para a investidura em julho, seria aberto novo prazo para o PSOE negociar com os partidos uma nova tentativa. Mas o líder socialista optou por uma estratégia de pressão, afirmando que sem maioria não tentará nova investidura, preferindo que o país vá de novo a votos. As sondagens que dão o PSOE à beira da maioria absoluta têm contribuído para o reforço desta estratégia. As mesmas fontes do Podemos consideram que “não é sensato que o PSOE atue como se tivesse maioria absoluta quando não a tem”.

Outra razão para o descontentamento no Podemos é que à margem das negociações com o seu partido, os socialistas tentam ainda negociar a abstenção dos dois maiores partidos à sua direita — PP e Ciudadanos — para uma eventual investidura. E para além dos lugares no governo, o Podemos acusa também o PSOE de ter apresentado um documento para a negociação de um governo que representa um recuo face aos compromissos acordados pelos dois partidos na anterior legislatura.

O porta-voz do Podemos para a área económica, Nacho Alvarez, criticou o documento por fazer desaparecer propostas como a de criar um teto para o preço das rendas em determinadas zonas, a de combater as rendas excessivas no setor elétrico e alargar a tarifa social da energia ou a de travar os benefícios fiscais aos fundos imobiliários e revogar as normas mais lesivas da última reforma laboral.

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