Na petição que reuniu 151 mil assinaturas, das quais 10 mil de funcionários da União Europeia (com 40 mil funcionários), endereçada ao presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e ao presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, é defendido que, na sequência da contratação de Durão Barroso para o cargo de presidente não-executivo do Goldman Sachs International, o ex presidente da Comissão Europeia deve perder a sua reforma.
Segundo os seus promotores, o facto de Barroso, ex-primeiro ministro do PSD, ter aceite o cargo mostra um comportamento “irresponsável” e “moralmente repreensível”. Assim sendo, pedem também a suspensão de todos os possíveis títulos honorários relacionados com as instituições europeias.
Juntamente com esta petição seria ainda entregue esta quarta-feira uma petição da Transparência Internacional, que recolheu 63 mil assinaturas, contra a nomeação de Durão Barroso para o Goldman Sachs e pela reforma no Código de Conduta da Comissão Europeia.
Os peticionários não conseguiram, contudo, entregar os dois documentos, tendo sido barrados na entrada da sede da CE.
A eurodeputada do Bloco de Esquerda foi convidada pelos peticionários para estar presente na entrega destas duas petições: “Pelo fim das portas giratórias! Durão Barroso, Kroes, Cañete, Giorgieva e tantos outros. Por um código de conduta que combata a promiscuidade. Hoje os cidadãos vieram à Comissão entregar as assinaturas recolhidas. As portas da Comissão fecharam-se, mas continuar-se-á a tentar”, escreve Marisa Matias na sua página de facebook.
Uma das peticionárias explicou que a reforma do Código de Conduta da Comissão Europeia visa “proibir antigos comissários de utilizar os seus conhecimentos e os seus contactos, que desenvolveram no exercício do serviço público, em benefício de empresas privadas”.